sábado, 6 de abril de 2013

MASSACRE QUE MATOU 111 PRESOS NO CARANDIRU COMPLETA 20 ANOS


A defesa dos 26 policiais militares que serão julgados a partir desta segunda-feira (8) pelo massacre do Carandiru, ocorrido em 2 de outubro de 1992, em São Paulo, afirma que a principal estratégia será mostrar que o processo não deixa clara a atuação de cada PM.


"Cabe à acusação dizer que o PM X matou o detento Y. Nos autos não há nada que diga que esses homens praticaram essa conduta", afirmou. Ieda Ribeiro de Souza, advogada dos réus.

Em entrevistas anteriores, a defesa argumentou ainda que não é possível individualizar a conduta de cada réu e saber de qual arma partiu o disparo que matou cada um dos presos porque a Polícia Técnico-Científica não realizou o confronto balístico.

Os réus respondem em liberdade pela morte de 15 dos 111 presos do Pavilhão 9 da Casa de Detenção. Eles não são obrigados a comparecer ao júri popular no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste da capital paulista. Sete jurados irão decidir se os PMs são culpados ou inocentes das acusações.
As vítimas eram os detentos que estavam no segundo pavimento do presídio, que correspondia ao primeiro andar. A Polícia Militar tinha invadido o local para conter a rebelião na unidade prisional. Outros 53 policiais militares também são réus no mesmo processo que apura a responsabilidade pela morte dos presos.

Mais de 20 anos depois das mortes dos presos, somente um réu foi julgado no processo do massacre do Carandiru: o coronel Ubiratan Guimarães. Responsável pela operação de invasão do presídio, ele foi condenado, mas, após sua defesa recorrer, acabou absolvido. O comandante foi morto em 2006 em seu apartamento nos Jardins, região nobre de São Paulo.

Por conta da quantidade de réus envolvidos e número de testemunhas (cerca de 20, entre acusação e defesa), o julgamento dos 26 dos 79 PMs réus do Carandiru deverá durar até dez dias, segundo os promotores Fernando Pereira da Silva e Márcio Friggi. Os responsáveis pela acusação falaram com a imprensa nesta sexta-feira (5) na sede do Ministério Público, na capital.

O júri será conduzido pelo juiz José Augusto Nardy Marzagão. Ele ficará incumbido de dar a sentença dos réus a partir da decisão dos jurados.


Presos mortos no Pavilhão 9; ao todo, 111 presos morreram

*Marcos Antonio/Márcio Melo

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