terça-feira, 7 de maio de 2013

Criança resgatada em casa de desaparecidas é filha do sequestrador, diz polícia

Departamento de Polícia de Cleveland/Reuters

A criança resgatada de uma casa na cidade de Cleveland, no Estado americano de Ohio, onde três mulheres desaparecidas há uma década foram encontradas, é filha de um dos sequestradores, informou a polícia.
A polícia confirmou que a menina de seis anos é filha de Amanda Berry, cuja dramática fuga levou à descoberta das outras duas reféns, Gina DeJesus e Michele Knight.

Depois que as três mulheres desaparecidas há dez anos foram resgatadas nesta segunda-feira (6), um motorista de ônibus escolar e seus dois irmãos, com idades entre 50 e 54 anos, foram presos suspeitos de manter o cativeiro.
Segundo o subchefe de polícia Ed Tomba, as informações que levaram aos suspeitos foram fornecidas pelas próprias vítimas, que foram sequestradas separadamente.
Um dos homens foi identificado como Ariel Castro, 52, que trabalhava como motorista de ônibus para escolas públicas. Ele foi apontado por um tio como o dono do imóvel que servia de cativeiro.
As autoridades foram alertadas para o paradeiro das desaparecidas na noite de segunda-feira (6), graças a um telefonema desesperado de uma delas.
"Me ajuda! Sou Amanda Berry... Fui sequestrada e estou desaparecida há dez anos. E estou aqui, estou livre agora", disse Berry, de 26 anos, em telefonema ao serviço de emergência dos EUA. A gravação foi liberada pela polícia e divulgada na internet.
Um pouco antes, ela havia sido libertada da casa por um vizinho, que escutou os gritos e foi em seu socorro.
Berry havia sido vista pela última vez deixando seu emprego em uma lanchonete, na véspera de completar 17 anos, em abril de 2003. As duas mulheres encontradas com ela foram identificadas pelas autoridades como Gina de Jesus, de 23 anos, que desapareceu no trajeto da escola para casa, em 2004, aos 14 anos, e Michelle Knight, que tinha 18 ou 19 anos ao desaparecer em 2002.
Gerald Maloney, um médico que atendeu as três mulheres, afirmou que elas estão bem, mas continuam sendo examinadas. "Este não é o final que normalmente escutamos neste tipo de história. E estamos muito felizes por elas", disse ele aos jornalistas.
O prefeito de Cleveland, Frank Jackson, ficou "agradecido pelo fato de estas três jovens estarem com vida". "Temos muitas perguntas sem resposta sobre este caso, e a investigação continua", afirmou ele em um comunicado.

Caso obscuro

O cativeiro fica próximo dos lugares onde as moças foram vistas pela última vez, e a polícia acredita que elas passaram o tempo todo dentro da casa. As circunstâncias dos aparentes sequestros e cativeiros continuam obscuras.
Durante a ligação para o serviço de emergência, Berry citou o nome do suposto sequestrador, disse que ele havia saído de casa e pediu à polícia que aparecesse logo, antes que o homem voltasse. Ela deu a entender que sabia da repercussão na mídia que seu desaparecimento teve anos atrás.
O vizinho que a ajudou, Charles Ramsey, disse que auxiliou Berry a arrombar a porta e que ela saiu da casa com "uma menininha". As autoridades, porém, não deram informações sobre a criança.
Tampouco há informações sobre uma quarta menina desaparecida, Ashley Summers, que sumiu no mesmo bairro em julho de 2007, aos 14 anos, num caso investigado por suas possíveis ligações com os de Berry e De Jesus, segundo o site do Projeto Charley, que documenta mais de 9.000 casos de pessoas desaparecidas.

Polícia foi a casa duas vezes

Segundo Martin Flask, Diretor do Núcleo de Segurança de Cleveland, a polícia chegou a ir a casa onde as meninas estavam por duas vezes ao longo dos dez anos: em 2000 e 2004. Em março de 2000, Castro teve de responder a polícia por uma briga de rua. E, em 2004, ele teve novamente que receber policiais depois de ter esquecido de uma criança no ônibus escolar que dirigia. Mas a investigação concluiu que não houve intenção criminal.
O agente do FBI -- polícia federal dos EUA --Stephen Anthony disse que o "pesadelo acabou".
"Tenha certeza de que o FBI vai trazer todos os recursos para trazer o peso da justiça para os responsáveis por este caso horrível", disse ele. "Para a família de Amanda, de Gina, de Michelle, as orações foram finalmente respondidas. O pesadelo finalmente acabou ... A cura pode finalmente começar", disse.

Suspeito seria 'amigável'

Charliez Czorb, vizinha do suposto sequestrador, se disse surpresa com o tempo que as três jovens passaram no cativeiro sem que ninguém percebesse. "Estavam no nosso quintal. Estas meninas estavam presas em nosso quintal".
Ariel Castro foi descrito pelos vizinhos como um amigável motorista de ônibus e músico. Também afirmaram que geralmente deixavam as filhas brincar com seus netos.




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