sábado, 18 de maio de 2013

Evento brasileiro de R$ 1 milhão em Cannes gera crítica de presidente da Riofilme


"Comida, biquíni, futebol, caipirinha. É assim que devemos promover o Brasil em 2013? No Festival de Cannes? Não vou!", o desabafo é do presidente de Sérgio Sá Leitão, presidente da RioFilme e secretário municipal de cultura do Rio.

O executivo escreveu a reclamação na sua página do Twitter e repostou no Facebook, acrescentando uma imagem do cartaz do Momento Brasil, uma ação promovida pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos e o Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo.
A promoção do Momento Brasil alugou um espaço privilegiado junto ao Palais des Festivals, na praia privativa Le Goéland, na Croisette francesa, onde uma bandeira brasileira está hasteada em frente a uma tenda de luxo, entre outras batizadas de "Martini Beach" e "Nespresso Lounge", ambas bancadas por marcas famosas.

Entre os programas promovidos pela ação, há desfiles de biquínis, uma aula de futebol com o jogador Raí e um show da cantora paraense Gaby Amarantos.

De acordo com o release divulgado, é um espaço que "servirá de plataforma onde cineastas, jornalistas e empresários se encontrarão para um café e terão a oportunidade de conferir um Brasil criativo, que oferece produtos e serviços de qualidade em vários setores da indústria, incluindo cinema."
Os investimentos no local chegam a R$ 1 milhão (mais que o dobro separado para a divulgação dos filmes brasileiros em Cannes), mas o presidente do programa Cinema do Brasil, André Sturm, garante que o dinheiro não foi retirado em prejuízo da divulgação dos filmes brasileiros em Cannes.
"Isso não diminuiu um centavo no orçamento para promoção do cinema brasileiro em Cannes. É uma linha de financiamento da Apex reservada para eventos especiais. Nosso estande, onde tratamos de cinema, está no mercado de Cannes como todos os anos", rebate Sturm em entrevista à Folha. "Ano que vem temos a Copa e todo mundo está interessado no Brasil. O cinema é o carro-chefe para a penetração de outros setores da economia brasileira."
Em relação às críticas de Sá Leitão, o presidente do Cinema do Brasil acredita que foi "uma acusação preconceituosa, equivocada e precipitada". "Ele nem deve ter ido conhecer o local. Estamos em parceria com sete setores da economia brasileira, como calçados, vinhos e chocolates. Foi assim que os Estados Unidos conquistaram o mundo. Copiamos a ideia de maneira modesta", diz Sturm. "Não tínhamos mulatas seminuas desfilando. Todo mundo tem o direito de criticar, mas fazer isso no Facebook, onde qualquer um pode comentar, foi infeliz."

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