quinta-feira, 9 de maio de 2013

Grupo de Eike vence licitação do Maracanã e só aguarda oficialização

Odebrecht e Eike Batista venceram a concorrência pelo controle do Maracanã. Nesta quinta-feira, o grupo formado pela construtora, o bilionário brasileiro e a multinacional AEG teve todos os seus documentos aprovados pelo governo do Estado do Rio de Janeiro. Agora, só aguarda a oficialização do resultado da licitação para assumir a administração do estádio mais famoso do país.

Odebrecht, AEG e IMX, empresa de Eike, compõem o Consórcio Maracanã SA. Juntos, eles entraram como favoritos na polêmica licitação de concessão do Maracanã. Enfrentaram como único concorrente o Consórcio Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro, formado pela OAS SA, Stadion Amsterdam e Lagardere Unlimited (leia mais sobre os dois consórcios abaixo).
No dia 16 de abril, o consórcio de Eike e Odebrecht apresentou a melhor proposta financeira para controlar o Maracanã por 35 anos. Ofereceu R$ 181,5 milhões ao governo, divididos em 33 parcelas anuais de R$ 5,5 milhões. O Consórcio Complexo Esportivo e Cultural do Rio ofereceu R$ 155,1 milhões (33 prestações de R$ 4,7 milhões).
Sabendo desse resultado, nesta manhã, a comissão de licitação do Maracanã abriu os documentos de habilitação do Consórcio Maracanã SA. Durante três horas, técnicos da Secretaria Estadual da Casa Civil avaliaram certidões e outros papéis apresentados pelo grupo. Os aprovaram e declararam o resultado da concorrência.
O Consórcio Complexo Esportivo e Cultural poderia contestar o resultado da licitação. No entanto, seus representantes informaram na sessão desta quinta que não pretendem contestar o resultado anunciado.
Os documentos da concorrência serão agora encaminhados ao secretário da Casa Civil, Regis Fichtner. Nos próximos dias, ele vai oficializar o resultado final da licitação da privatização do Maracanã.

CONSÓRCIO MARACANÃ SA

Odebrecht Participações
É a subsidiária do grupo Odebrecht responsável pelo desenvolvimento, estruturação até a implantação final de novos investimentos. Atualmente, a empresa tem se envolvido com a administração de estádios do país. Ela participou recentemente da estruturação da gestão da Fonte Nova e a Arena Pernambuco. A Odebrecht é uma das construtoras que está reformando o Maracanã para a Copa do Mundo de 2014.
AEG
A empresa americana é a operadora do complexo LA Live, em Los Angeles, e da O2 Arena, em Londres. Além disso, opera mais de 100 arenas em 14 países e é dona de clubes de futebol como o Los Angeles Galaxy e da famosa equipe de basquete Los Angeles Lakers. A empresa promove mais de 3.500 shows por ano.
IMX
A IMX faz parte do Grupo EBX, do bilionário Eike Batista. Atua são produção de eventos, gerenciamento de carreiras, hospitalidade e gestão de arenas. A pedido do governo do Rio de Janeiro, fez o projeto da privatização do Maracanã.

CONSÓRCIO COMPLEXO ESPORTIVO E CULTURAL DO RIO DE JANEIRO

OAS SA
Fundada em 1976, a empresa baiana é uma das maiores empreiteiras brasileiras e executora de obras públicas por todo o país. Hoje divide-se em três segmentos: OAS Investimentos, OAS Empreendimentos e Construtora OAS. A empresa participou da construção do Engenhão, no Rio de Janeiro.
Stadion Amsterdam
A empresa holandesa já administra um estádio, o Arena Amsterdã, casa do clube Ajax. Oito empresas privadas compõe a administradora de estádios. Em Amsterdã, a arena administrada por eles também é casa da seleção holandesa e recebe grandes shows.
Lagardere Unlimited
Empresa de marketing esportivo francesa, a Lagadere representa atletas e técnicos de diversos esportes ao redor do mundo. Entre suas atividades, também está gerenciamento de direitos de transmissões televisivas, distribuição de direitos e participação em marketing, organização de eventos e gerenciamento de estádios, salas de espetáculo e academias de ginástica.
Privatização
A privatização do Maracanã foi anunciada pelo governo do Rio de Janeiro no ano passado. Em outubro, foi apresentada a minuta do edital de licitação. Essa minuta foi elaborada com base em um estudo de viabilidade econômica elaborado pela IMX, de Eike, que se uniu a Odebrecht na concorrência pelo complexo esportivo.
UOL Esporte já noticiou, inclusive, que o presidente da IMX, Alan Adler, negociou a administração de áreas do Maracanã antes mesmo da licitação ser oficialmente lançada. IMX e governo do Rio, no entanto, negaram qualquer acordo prévio sobre o Maracanã.
Decisões liminares da Justiça chegaram a suspender a concorrência, mas foram derrubadas pela Justiça. Ainda hoje, entretanto, uma decisão da Justiça impede que a vencedora da licitação assuma o controle dos camarotes do Maracanã, que já haviam sido negociados com outra empresa antes da licitação.
Administração
A nova administradora do Maracanã deve assumir o controle do estádio após a Copa das Confederações. Além de manter e explorar o complexo esportivo, ele terá de fazer obras necessárias para adequar o espaço para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016. É estimado um investimento de R$ 594 milhões no complexo.
Parte desse dinheiro será usado na demolição do Parque Aquático Julio Delamare, Estádio de Atletismo Célio de Barros e Escola Municipal Friedenreich. Todas essas demolição também são contestadas por atletas, treinadores, federações esportivas, políticos e pais de alunos da escola.
Quando o resultado da licitação for confirmado pelo governo, o Consórcio Maracanã SA terá que fechar acordos com dois times do Rio para que eles joguem no Maracanã. Pelo estudo de viabilidade da privatização, é estimada uma redução de 45% no número de partidas realizadas no estádio.

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