terça-feira, 18 de junho de 2013

CE: Docentes protestam contra evento de R$ 600 mil após corte salarial

'Foi revolta', diz professora que virou ícone da redução de salário no CE
Após terem até 40% dos salários cortados, professores da rede municipal de Juazeiro do Norte (a 548 km de Fortaleza) fazem um "panelaço" no fim da tarde desta terça-feira (18) pelas principais ruas da cidade. O protesto é contra a realização de uma série de shows promovidos pela administração municipal, que começam hoje e vão até o dia 25.

O protesto deverá terminar no Parque de Eventos Padre Cícero, onde vai acontecer o JuaForró 2013. O evento começa na noite desta terça-feira (18) com show da banda Aviões do Forró. O JuaForró contará ainda com apresentações da cantora Elba Ramalho, do cantor Nando Cordel e de outras atrações musicais.
Segundo o portal da transparência da prefeitura de Juazeiro, serão gastos R$ 621 mil com a organização geral e exploração do local do evento. O valor ainda pode aumentar, pois os custos da montagem de palco e a construção de uma cidade cenográfica não foram lançados ainda no portal. O orçamento do município reservou R$ 1,8 milhões ao JuaForró.
Segundo estimativa da prefeitura, o público do primeiro dia de festa será de aproximadamente 40 mil pessoas.
Além dos shows, a prefeitura investiu na montagem de uma cidade cenográfica para ser utilizada durante o evento com encenações teatrais. O local tem como o tema a beatificação do Padre Cícero.  O espaço também conta com um "palhoção" destinado a apresentações de forró pé de serra e um espaço destinado para o Festival de Quadrilhas, com arquibancadas para acolher o público.
A Secretaria Municipal de Cultura não quis comentar o valor da festa e afirmou que a verba destinada ao evento não faz parte da folha de pagamento dos servidores. Segundo a secretaria, o JuaForró é um evento tradicional na cidade e já tem verba própria destinada para custeio da festa e nada interfere no pagamento dos professores.

Greve

Os professores municipais estão em greve o dia 12O início da paralisação aconteceu seis dias depois que a Câmara de Vereadores aprovou por 14 votos a dois o PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração), que vai diminuir em até 40% os salários dos professores.
Devido a greve, mais de 30 mil alunos estão sem aulas. Segundo o  Sinsemjun (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juazeiro do Norte), 1.800 professores aderiram ao movimento paredista para pressionar o prefeito Raimundo Macedo (PMDB) a não assinar o PCCR. A prefeitura nega que haverá cortes nos salários e diz que os professores ganharão um aumento de 10%.

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