domingo, 9 de junho de 2013

Confrontos em protesto contra milícias deixam 31 mortos na Líbia


Manifestante líbio segura lançador de granadas durante protestos contra milícias em Benghazi, no sábado

Subiu para 31 o número de mortos após confrontos em protesto contra a atuação das milícias em Benghazi, no leste da Líbia, no sábado (8). O ato pedia a criação de um Exército regular no país, que é defendido por grupos armados de ex-rebeldes contrários à ditadura de Muammar Gaddafi.

Segundo a agência de notícias Lana, três pessoas morreram neste domingo em decorrência dos confrontos, aumentando o saldo que o governo informava na noite de sábado, de 28 mortos e 60 feridos. Outras cem pessoas ficaram feridas nos protestos.
A violência começou quando os manifestantes contrários às milícias, alguns deles armados, tentaram esvaziar à força o prédio ocupado pela brigada Escudo da Líbia. Houve confrontos entre os dois grupos, que usaram desde pistolas até artilharia antiaérea.
A Escudo da Líbia é integrada por ex-rebeldes que combatiam contra o regime de Muammar Gaddafi, que foi derrubado em outubro de 2011, e responde de forma extraoficial ao Ministério da Defesa. O governo líbio tem recorrido a esse tipo de grupo armado diante da falta de um Exército regular.
Em discurso na noite de sábado (8), o primeiro-ministro, Ali Zeidan, disse que a milícia deixou seu quartel, dominado pelo Exército regular. No local, os militares apreenderam armas de grosso calibre. O governo abriu uma investigação para determinar as responsabilidades e pediu calma a ambos os lados.
A cidade havia sido cenário de conflitos parecidos em outubro, quando manifestantes enfrentaram as milícias. Benghazi é o berço da revolução que derrubou Gaddafi, mas se tornou uma das cidades mais instáveis da Líbia pelo domínio de grupos milicianos.
A instabilidade permitiu a presença de grupos radicais islâmicos, em especial de outros países do norte da África, que passaram a atacar as missões diplomáticas ocidentais. Em setembro, o então embaixador dos Estados Unidos na Líbia, Christopher Stevens, foi morto em um ataque ao consulado do país na cidade.

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