sábado, 8 de junho de 2013

ESTUDANTES TIVERAM QUE PASSAR POR CORPOS NO CHÃO DURANTE TIROTEIO NOS ESTADOS UNIDOS



Polícia de Beverly Hills inspeciona, neste sábado (8), a área onde aconteceu um tiroteio em um bairro próximo ao campus da Universidade de Santa MonicaCinco pessoas morreram nesta sexta-feira (7) após um incêndio e um tiroteio nos arredores da Universidade Santa Monica, no condado de Los Angeles (EUA), informou a imprensa local, que horas antes havia situado o número de vítimas em sete.
A polícia atribuiu a redução do número de vítimas a uma divergência relacionada aos relatos contraditórios, informou o jornal "Los Angeles Times".

O incidente ocorreu na manhã de sexta, quando um jovem, aparentando entre 25 a 30 anos, ateou fogo na casa em que estavam seu pai e seu irmão, que morreram em consequência do ato, e saiu à rua armado com uma espingarda e colete a prova de balas disparando.
A estudante brasileira Taynara Costa Moura, 23, que estuda ciências políticas em Santa Monica desde agosto de 2011 e recentemente foi eleita presidente do governo estudantil, relata os momentos de tensão:
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"Eu estava no campus no momento do incidente e gostaria de esclarecer o que realmente aconteceu. O suspeito não estava apenas armado com uma espingarda, mas também com uma pistola e um fuzil AR-15.
Já faz um bom tempo que o governo aqui vem encarando problemas com a falta de leis contra o armamento civil. Infelizmente uma pessoa pode comprar um fuzil deste calibre com certa facilidade.
Após queimar uma casa, matando dois, o atirador roubou um carro para tentar escapar. Ele atirou na dona do carro com a espingarda e ela foi levada ao hospital e já está bem. Depois saiu dirigindo como doido pelas ruas e ficou muito frustrado com o tráfego que estava intenso devido a visita do presidente ao local --Obama estava bem perto de onde tudo aconteceu.
O suspeito então atirou contra um ônibus que estava dirigindo devagar e parou no farol vermelho. Lá, ele acertou uma mãe e seu filho. Ele continuou dirigindo e ao se deparar com carros de polícia começou a atirar, acertando várias pessoas que passavam na rua.
O suspeito acabou na rua de trás da faculdade e viu que a polícia do campus tinha bloqueado a rua numa tentativa de pará-lo. Infelizmente ele não parou e decidiu entrar no campus para fugir.
Nós estamos em semana de provas finais, a biblioteca estava cheia de alunos, e foi lá que o atirador tentou se esconder por último. Ele atirou em três mulheres que estavam saindo e, finalmente, a polícia o acertou. O suspeito morreu na hora, e no chão da nossa biblioteca.
Após escutar o barulhos de tiros, todos os 34 mil alunos da instituição receberam um e-mail e ligação do escritório do Diretor do College dizendo que o campus estava em lock-down e que todos deveriam procurar abrigo e permanecer em local fechado, de preferência trancado.
Eu fiquei trancada por duas a três horas sem poder sair, mas outros alunos que estavam mais perto do exato local do crime ficaram por muito mais. Alguns até tiveram que passar por corpos no chão quando foram evacuados.
Nós estamos todos muito abalados porque nossa faculdade é um exemplo de instituição de ensino que promove paz, cooperação e comunidade. Saber que um ato tão horrível aconteceu em um lugar tão querido é um tanto quanto assustador.
Infelizmente, uma das meninas que o atirador acertou morreu logo após chegar no hospital. Ainda não revelaram a identidade dela, mas é muito provável que ela seja uma estudante e nossa amiga.
Outra vítima que também encontrou o atirador na porta da biblioteca estava em cirurgia ontem à noite e permanece na UTI em estado crítico. Enquanto a terceira está em estado sério no hospital, mas não crítico.
Nós aguardamos mais notícias e esperamos que as autoridades comecem a discutir soluções para este tipo de crime. Semana que vem eu vou ao Senado estadual conversar com senadores e pedir melhores leis e controle contra armamento civil. Muitos ativistas e simpatizantes também estarão lá.
O Santa Monica College possui uma grande população de estudantes internacionais, muitos deles vindo do Brasil. Eu realmente espero que nenhuma das vítimas seja brasileira, mas há uma pequena possibilidade de que sejam. Nós estamos muito chateados com o que aconteceu e queremos ajudar nas investigações e a imprensa a descobrir mais detalhes."

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