sábado, 15 de junho de 2013

Hassan Rowhani é eleito o novo presidente do Irã

O centrista Hassan Rowhani venceu a eleição para presidente no Irã. O resultado foi anunciado há pouco na televisão estatal. Ele substitui o atual ocupante do cargo, Mahmoud Ahmadinejad --que ocupou a Presidência durante oito anos-- e sua vitória marca o fim de oito anos de poder conservador.

De acordo com Mohammad-Najjar, Rowhani conquistou 18,6 milhões (50,68%) dos votos no primeiro turno da votação realizada nesta sexta-feira (14), superando os três principais candidatos conservadores.
Segundo o ministro do Interior Mustafa Mohammad-Najjar, 72% dos mais de 50 milhões de iranianos com direito a votar compareceram às urnas.
Apesar de alta, a taxa de participação nesta eleição ficou abaixo da de 2009, quando 85% dos iranianos aptos a votar compareceram às urnas, de acordo com as autoridades.
Nenhuma irregularidade foi constatada, indicou o Conselho dos Guardiões da Constituição, mas o relator especial da ONU para os direitos humanos no Irã, Ahmed Shaheed, havia considerado antes da votação que o ambiente político no país não permitia classificar o processo de "livre e igualitário".
Rowhani ficou à frente do prefeito conservador de Teerã, Mohammad Bagher Ghalibaf, que recebeu 6,07 milhões de votos, e do chefe dos negociadores na questão nuclear, Said Jalili, com 3,17 milhões, que era apoiado pela ala dura do regime.
O pleito desta sexta (14) durou quatro horas a mais do que o previsto no interior do país, e cinco horas a mais na capital, Teerã, devido a uma participação maior do que inicialmente prevista, causando longas filas.
DESISTÊNCIA
Após uma campanha morna, este aliado do ex-presidente moderado Akbar Hachemi Rafsandjani, Rowhani foi beneficiado pela desistência do candidato reformista Mohammad Reza Aref e recebeu o apoio na última terça-feira (12) do líder dos reformistas, Mohammad Khatami.
A vitória do candidato apoiado pelos campos moderado e reformista não significa uma guinada na política da República Islâmica em temas estratégicos como o nuclear ou as relações internacionais, que estão sob a autoridade direta do guia supremo Ali Khamenei.
Rowhani foi eleito em meio a uma grave crise econômica causada pelas sanções internacionais impostas ao Irã em razão de seu polêmico programa nuclear.

MODERADO
Como representante do aiatolá Khamenei no Conselho Supremo de Segurança Nacional, Rohani defende mais flexibilidade no diálogo com o Ocidente. Ele mesmo dirigiu esse diálogo para os iranianos entre 2003 e 2005 sob a presidência de Khatami. Durante a campanha, Rohani mencionou possíveis discussões diretas com os Estados Unidos, inimigo histórico do Irã.
Já Said Jalili, membro da ala dura do regime, e Ghalibaf recusavam qualquer "concessão".
Em 2009, o anúncio da reeleição de Ahmadinejad no primeiro turno desencadeou protestos, que terminaram em violência, com confrontos entre policiais e manifestantes partidários dos candidatos derrotados Mir Hossein Mussavi e Mehdi Karoubi. Os atos denunciando fraudes se estenderam por semanas.
A contestação foi duramente reprimida e os dois candidatos opositores na época são mantidos em prisão domiciliar desde 2011.
A crise econômica provocada pelas sanções internacionais que causou um aumento do desemprego, uma inflação superior a 30% e uma desvalorização do rial de cerca de 70%.
Essas sanções foram impostas para obrigar o Irã a interromper suas atividades de enriquecimento de urânio, apesar de o país negar que esteja querendo produzir a arma atômica.
Segundo a Constituição, o presidente é a segunda maior autoridade do Estado e suas capacidades de ação são limitadas em questões estratégicas, como a nuclear.
Israel, o outro grande adversário do Irã, e os Estados Unidos consideram que a eleição não deve trazer mudanças para a política iraniana.

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