terça-feira, 9 de julho de 2013

Empréstimo para nome sujo custa trinta vezes mais. Compare taxas


Quem está com nome sujo na praça pode conseguir um empréstimo nas financeiras, em uma atitude inédita do mercado brasileiro. Porém, para negativados, os juros chegam a 24,68% ao mês (ou 1.311% ao ano). A taxa pode dobrar em apenas oito meses o valor da dívida contraída. No quadro abaixo, confira as condições para a retirada da grana por instituição financeira.

A taxa cobrada para quem está com restrição nos cadastros de restrição ao crédito chega a custar 30 vezes mais frente a outras opções de empréstimos ao consumidor com o nome limpo. A comparação foi feita com o último levantamento da Anefac (Associação nacional dos Executivos de Finanças e contabilidade) em 41,58% ao ano no crédito pessoal (contra 1.311% das financeiras).

Para se ter uma ideia do preço, um empréstimo de R$ 5 mil em oito parcelas vai sair por R$ 11.982 aos inadimplentes. Consultado sobre essa diferença, o BC (Banco Central) afirmou que as financeiras têm autonomia para estipular as suas próprias taxas.


Levantamento do R7 em São Paulo junto às principais financeiras mostra que, das oito instituições pesquisadas, só uma delas oferecia grana para negativados, que deveriam ser funcionários públicos. 

Nas demais empresas, que apresentaram juros mensais entre 1,7% (empréstimo consignado) e 12,9%, o cliente precisa ter um cheque no próprio nome para fechar o contrato.

Exigências

Segundo o coordenador de estudos econômicos da Anefac, Miguel de Oliveira, a exigência de cheques pré-datados é uma medida de segurança das financeiras, já que eles são uma garantia de que o dinheiro será depositado na data e impedem o cliente de fechar a conta sem pagar as parcelas restantes do empréstimo. 

Embora considere “absurdas” as taxas de juros praticadas pelas financeiras, Miguel pondera que isso se deve ao maior risco dessas instituições em relação aos bancos.  

— Normalmente as taxas das financeiras são mais altas porque os riscos são maiores.  A maioria dos clientes [das financeiras] sequer tem conta em banco; é um público de renda menor. No banco, o cliente tem uma série de contas que o prendem na instituição, e na financeira não.  

A menor burocracia foi um dos motivos que levaram a professora da rede pública municipal, Rita Emiliano, a escolher as financeiras ao invés dos bancos para pedir dinheiro emprestado. 

Cliente da Crefisa há quinze anos, ela cita a possibilidade de adiantar as prestações e a mobilidade dos planos como as principais vantagens do negócio.  

Como comparação, a taxa básica de juros (Selic) está em 7,5%, ao ano. Miguel alerta que, caso o consumidor resolva contrair empréstimo numa financeira, pesquisar as melhores taxas é essencial para não perder mais grana: 

— O problema é que as pessoas não olham as taxas de juros. Elas só veem o valor das parcelas, e não o preço total do empréstimo ao fim das parcelas. 

De acordo com o Procon, a contratação de empréstimo só deve ser feita em último caso, para pagar dívidas e não para realizar desejos de consumo. Para quem está com o nome sujo, é preciso avaliar e tomar apenas o valor para pagamento da primeira parcela da negociação da dívida, suficiente para limpar o nome em um primeiro momento.

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