segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Após confessar crime, motoboy revela que sentia raiva de Bianca Consoli: “Menina nojenta”



O motoboy Sandro Dota, que confessou ter matado a universitária Bianca Consoli, afirmou que não estava atraído pela jovem e revelou que sentia raiva dela. Durante entrevista exclusiva ao Domingo Espetacular, exibida neste domingo (25), o acusado afirmou que achava a cunhada “metida”.


Segundo Dota, ele era constantemente ignorado pela jovem e Bianca fazia comentários sobre a profissão do motoboy e falava que a irmã tinha se “casado com um pobre”.

— Nunca senti atração nenhuma pela Bianca. Pelo contrário, o que eu sentia pela Bianca era ira, raiva. Eu achava ela metida. Eu cheguei a falar várias vezes para a Daiana: “Sua irmã é uma menina nojenta”. [sic]

Daiana Consoli é irmã da vítima e, na época do crime, em 2011, ela ainda era casada com Dota. No início das investigações, ela duvidou que o marido tivesse cometido o assassinato e chegou a brigar com a família.

Quando se casaram, Daiana já tinha um filho, o Danilo. Segundo o motoboy, o menino teria sido agredido por Bianca e foi isso que teria motivado o crime. Ele contou que um dia o menino chegou e contou que a universitária havia batido nele.

— Eu olhei, a boca dele estava toda estourada, cheia de sangue, os olhos pisados de sangue, roxo, as pernas roxas.

Daiana nega que o filho tenha sido agredido por Bianca e diz que a versão é uma “artimanha da defesa que sabe que já perdeu o caso”.

— Minha irmã nunca relou um dedo [no Danilo]. Ela não gostava que eu brigava com o meu filho, quanto mais ele. Então não tem lógica isso.

O crime
Dota, porém, mantém a sua versão e diz que, no dia do crime, resolveu tirar satisfação com a cunhada. Ele conta que pulou o muro e, ao chegar à porta da cozinha, chamou por Bianca. Como ela não respondeu, ele entrou na casa e, chamando por ela, foi até o quarto da jovem.

— Ela estava pronta para ir na academia, ela já estava de roupa da academia, tudo. Me lembro até hoje, uma roupa acho que era preta. Aí ela se assustou por me ver ali. Ela ainda perguntou: “O que você está fazendo aqui?” Eu falei: “Olha, Bianca, eu vim só falar com você. Eu não admito mais que você rele um dedo no Danilo, porque o dia que você bater no Danilo, eu vou quebrar você, eu vou quebrar a sua cara”. Foi com essas palavras que eu falei.

Dota continua a versão e diz que Bianca o mandou embora.

— Eu não sei se ela quis correr naquele momento. Ela passou por mim e ela me empurrou. O braço dela bateu no meu queixo, eu até bati na televisão e minha reação foi rápida. Na hora que ela fez isso, eu dei um murro no rosto da Bianca.

O acusado conta que nesse momento Bianca conseguiu passar por ele e correu pela escada. Com medo que ela gritasse, ele correu atrás dela e puxou o seu cabelo. Segundo Dota, eles entraram em uma briga corporal, porque Bianca não parava de tentar agredi-lo.

— Foi quando ela tentou fugir pela porta balcão. Quando ela fugiu, eu fiquei desesperado. Eu puxei ela, falei: “Bia, Bianca, não dá essa, que eu estou indo embora. Quando eu puxei ela, eu tropecei, ela caiu em cima de mim. Quando eu virei, a cor dela já tinha mudado. Eu entrei em desespero.

Segundo a versão do réu, ele ficou com medo que Bianca conseguisse viver e “todos saberiam” que ele foi o responsável pelas agressões. Nessa hora, ele encontrou uma sacolinha plástica azul.

— O meu desespero era tão grande que, na minha concepção, se eu colocasse aquela sacola na boca dela, ela não ia respirar. E se ela tentasse voltar a viver, ela não iria viver. (...) Eu não queria matá-la. Eu estava desesperado.

Nesse momento, contou, ele levantou, pulou o muro e foi embora para casa. Apesar de dizer que estava desesperado, ao ser questionado pelo repórter se o caso foi um acidente, ele diz que não: “Foi um assassinato”.

No dia seguinte ao crime, no enterro de Bianca, o assassino estava ao lado da família. Segundo Dota, ele esteve presente por medo que descobrissem que ele era o assassino. Ele conta, porém, que não chegou a entrar no velório e ver o corpo de Bianca.

— Eu não teria coragem de ver a Bianca, não teria coragem de ver. Eu não entrei em nenhum momento [no velório].


Confissão


Em uma carta, o motoboy confessou ter matado a cunhada após uma briga. O réu volta a ser julgado por estupro e assassinato no dia 16 de setembro e promete confessar o crime no tribunal. A carta foi escrita de próprio punho, no dia 2 de agosto deste ano, na cadeia onde cumpre prisão preventiva. 

Dota está preso desde o dia 12 de dezembro de 2011.  Em julho do ano passado, ele foi para o Complexo Penitenciário de Tremembé, a 147 km de São Paulo. O réu alegou ter sofrido ameaças de morte no Centro de Detenção Provisória 3 de Pinheiros, na zona oeste, onde estava. Por este motivo, a Justiça teria determinado sua transferência.

Primeiro julgamento

O julgamento de Dota começou no dia 23 de julho, mas foi adiado após o réu pedir a desconstituição do advogado, Ricardo Martins. Com isso, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) remarcou para o dia 16 de setembro. 


Segundo o TJ-SP, sete novos jurados terão de ser escolhidos, e os depoimentos colhidos anteriormente poderão ou não ser usados no júri. Por conta da mudança do advogado, até o rol de testemunhas pode ser mudado.

O caso


O corpo da universitária Bianca Consoli, 19 anos, foi achado pela mãe dela, caído próximo à porta de saída de casa, na zona leste de São Paulo, no dia 13 de setembro de 2011. Segundo a polícia, a jovem foi atacada quando havia acabado de tomar banho e se preparava para ir à academia.  

Na cama, os investigadores encontraram a toalha usada pela estudante, ainda molhada. A garota teria reagido à presença do criminoso e começado uma luta escada abaixo. Foram localizadas mechas de cabelo pelos degraus. Dentro da garganta da vítima, a polícia encontrou uma sacola plástica, usada pelo autor para asfixiar a universitária. 

* Reprodução Márcio Melo

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