terça-feira, 27 de agosto de 2013

Ataque dos EUA à Síria deve começar na 5ª e durar pouco

Shaam News/AFP

Os primeiros ataques com mísseis contra a Síria liderados pelos Estados Unidos podem começar nessa quinta-feira (27), segundo altos funcionários da Casa Branca ouvidos pela emissora de TV "NBC".

As ações militares seriam executadas em um período curto e funcionariam como uma mensagem de advertência ao presidente sírio, Bashar Assad, após os supostos ataques com armas químicas realizados na semana passada que mataram centenas.
Segundo o jornal "The Washington Post", as operações durariam no máximo dois dias e se limitarão ao lançamento de bombas teleguiadas (com destróieres ou submarinos) e bombardeiros aéreos de longo alcance. Os alvos não se limitariam apenas às instalações relacionadas com o desenvolvimento e armazenamento de armas químicas na Síria.
Os EUA não querem se envolver de maneira mais profunda no conflito sírio. Segundo o jornal, Washington aguarda três passos para agir:  conclusão de um relatório de inteligência sobre a responsabilidade do regime de Assad no uso de armas químicas; consultas a seus aliados e ao Congresso; e definição de uma justificativa sólida, perante a legislação internacional, para a intervenção armada. 
A guerra na Síria já dura mais de dois anos e deixou milhares de mortos - quase 100 mil, segundo estimativas. Na semana passada, gás tóxico foi usado em uma área no subúrbio de Damasco, matando pelo menos 355, segundo a ONG Médicos Sem Fronteiras, que estima ter realizado mais de 3.600 atendimentos de pessoas que inalaram gás. A oposição fala em mais de mil mortos no ataque e acusa o regime Assad pela matança; o governo sírio acusa os rebeldes pelo ataque e chegou a dizer que achou produtos químicos usados por eles.

Países preparam apoio

O presidente da França, François Hollande, anunciou nesta terça-feira (27) o apoio do Exército de seu país aos rebeldes sírios. Segundo ele, "todas as evidências indicam que o governo está por trás do massacre de inocentes, e isso precisa ser punido".
"A guerra civil na Síria ameaça a paz mundial. O conflito já chegou ao Líbano e ao Iraque. É uma preocupação internacional", afirmou Hollande nesta terça-feira (27), em um discurso. Segundo o mandatário, porém, "uma solução diplomática não impede uma militar" no caso da crise no país árabe. 
A França se junta assim às potências ocidentais que avisaram a oposição síria para esperar um ataque contra o regime Assad em alguns dias, segundo fontes ouvidas por agências de notícias.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, convocou o Parlamento para debater uma possível ação militar na Síria em resposta ao suposto uso de armas químicas. Uma reunião será realizada na quinta-feira (29).
Um porta-voz de Cameron disse que as Forças Armadas britânicas estão se certificando de que estão em posição de responder militarmente se forem solicitadas a fazê-lo.
"É razoável assumir que nossas forças estão fazendo planos de contingência", disse o porta-voz a jornalistas, ressaltando que ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre uso da força e que eventual escolha seria baseada em evidências de "uma série de fontes".

Rússia resiste

A pouca esperança do governo americano de obter autorização para um ataque do Conselho de Segurança da ONU vem da Rússia, principal aliado da Síria, e contrário à medida.
Nesta terça-feira (27), Moscou pediu "prudência" aos EUA e à comunidade internacional e destacou que uma intervenção militar teria consequências "catastróficas" para os países do Oriente Médio e do norte da África.
O governo sírio, acusado pela comunidade internacional de ter bombardeado com armas químicas uma área controlada por rebeldes, prometedefender-se de um eventual ataque ocidental.
"Temos duas opções: rendição ou defesa com os meios que temos. A segunda alternativa é a melhor: nos defenderemos", declarou o ministro das Relações Exteriores do país, Walid Muallem.
"Atacar a Síria não é um assunto fácil. Dispomos de meios defensivos que surpreenderão os demais", disse Muallem.
O ministro afirmou que um ataque ocidental não afetaria a campanha militar de Damasco contra os rebeldes.
"Se acreditam que assim poderão impedir a vitória de nossas Forças Armadas, se enganam", afirmou em entrevista coletiva em Damasco.

* Reprodução Márcio Melo

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