segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Bicheiro no Rio é vítima de armação dentro da própria quadrilha, diz MP e Perde cerca de R$ 700 Mil

Policial militar usou marreta e picareta para entrar no prédio do bicheiro Fernando Iggnacio no último dia 21O contraventor Fernando Iggnácio, que explora jogos ilegais na cidade do Rio de Janeiro, foi vítima de uma armação de membros de sua quadrilha. O sargento Sílvio César Lopes Vieira, do Bope (Batalhão de Operações Especiais), o tenente-coronel Marcelo Bastos Leal, da Polícia Militar, e o ex-PM Mário César Aiello Gomes, presos na última quarta-feira (21), durante a operação Perigo Selvagem, do Ministério Público do Rio de Janeiro, participaram de uma farsa que tinha como objetivo encobrir o sumiço de R$ 700 mil, ocorrido em março deste ano.

Segundo o promotor Décio Alonso, cinco homens teriam inventado um roubo para justificar o desaparecimento do dinheiro, mas apenas três foram identificados. A quantia era guardada em um local conhecido como "Casa da Velha", protegido por segurança e um sistema de alarmes, mas com endereço não identificado.

A versão montada pelo grupo para que o Iggnácio não soubesse do sumiço do dinheiro foi descoberta em ligações telefônicas autorizadas pela Justiça.

"O sargento do Bope deveria estar na proteção da casa, mas não foi trabalhar. [Após o sumiço do dinheiro], os membros da quadrilha acabam se comunicando e chegam à conclusão de que deveriam fazer uma versão para acobertar a falha na segurança e fugir da responsabilidade de devolver dinheiro ou de sofrer alguma represália", explicou o promotor. "Ficou acertada a história que o Sílvio César estaria de carro e teria sido roubado, com violência, e se machucado. Um roubo ocorrido em uma emboscada. Ele pedem que o Sílvio não atenda qualquer telefonema, como se estivesse hospitalizado e dois dias depois surja com o braço e a perna enfaixados ", contou Alonso.

Operação

Na semana passada, o MP encaminhou um requerimento à Justiça para que quatro locais de exploração de caça-níqueis, todos em Bangu, na zona oeste do Rio, fossem interditados. Os endereços foram alvo da Operação Perigo Selvagem, deflagrada, na manhã de quarta-feira (21), pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do MPRJ, e pela Polícia Militar, resultando na prisão de 23 pessoas, entre elas policiais militares, e na apreensão de farto material.
Um dos endereços, na rua Fonseca, é o mesmo local onde, em 1994, funcionava a "fortaleza" do contraventor Castor de Andrade. Na época, os promotores encontraram uma "lista do bicho" contendo registros de pagamento de propina.
Fernando Iggnacio foi condenado em 2009 a 18 anos, por formação de quadrilha armada, corrupção ativa e contrabando. Ele responde em liberdade após recorrer da sentença.
* Reprodução Márcio Melo

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