terça-feira, 13 de agosto de 2013

GOL tem prejuízo de R$ 433 milhões no 2º trimestre

A GOL Linhas Aéreas registrou prejuízo líquido de R$ 433 milhões no segundo trimestre, uma redução de 39,5% em relação ao apurado em igual etapa do ano passado, quando a perda chegou a R$ 715,1 milhões. No acumulado do ano, o prejuízo líquido recuou 32,8%, passando para perda de R$ 508,2 milhões, frente a prejuízo de R$ 756,5 milhões no primeiro semestre de 2012.

O Ebitdar (lucro operacional antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações somado ao valor dos custos operacionais com arrendamento mercantil de aeronaves e com arrendamento suplementar de aeronaves) atingiu R$ 235,1 milhões entre abril e junho, revertendo o Ebitdar negativo de R$ 62,4 milhões do segundo trimestre de 2012. A margem Ebidar ficou em 12,3%, frente aos -3,4% registrados um ano antes.
No primeiro semestre de 2013, o Ebitdar cresceu 192,8% frente ao mesmo período de 2012, passando de R$ 205,5 milhões para R$ 601,7 milhões entre janeiro e junho deste ano. A receita líquida somou R$ 1,914 bilhão entre abril e junho, crescimento de 4,6% frente o R$ 1,830 bilhão anotado em igual intervalo de 2012. No acumulado do ano, a receita permaneceu estável em R$ 3,99 bilhões.
O prejuízo líquido de R$ 433 milhões no segundo trimestre foi cerca de 30% maior do que o estimado por analistas que acompanham a empresa, segundo a média das projeções de quatro casas consultadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Os profissionais previam um resultado negativo de R$ 334,2 milhões.
O Ebitdar (lucro operacional antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações somado ao valor dos custos operacionais com arrendamento mercantil de aeronaves e com arrendamento suplementar de aeronaves), por sua vez, que ficou em R$ 235,1 milhões no segundo trimestre, superou a média das estimativas, que era de R$ 167,7 milhões.
Já a receita reportada, de R$ 1,914 bilhão, ficou em linha com as projeções dos analistas, que esperavam R$ 1,896 bilhão, na média das previsões. Foram consultados Morgan Stanley, Itaú BBA, UBS e GBM. O Broadcast considera que os resultados estão em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.
A GOL registrou prejuízo operacional (Ebit) de R$ 35 milhões no segundo trimestre de 2013, o que corresponde a uma redução de 90,1% ante os R$ 354,645 milhões reportados em igual período do ano passado. A margem Ebit ficou negativa em 1,8% no segundo trimestre, o que corresponde a uma melhora de 17,5 pontos porcentuais frente o reportado um ano antes, quando o indicador era negativo em 19,4%.
Em comentário de resultados, o presidente da companhia, Paulo Sérgio Kakinoff, destacou que a melhora se deu no trimestre mais fraco sazonalmente para o setor. "Com esse resultado, a GOL atingiu uma margem operacional positiva de 1,7% no primeiro semestre de 2013", afirmou. No semestre, a companhia aérea alcançou um Ebit de R$ 66,097 milhões.
Receita por passageiro
A GOL registrou receita líquida por passageiro por quilômetro (PRASK) de R$ 1414 centavos no segundo trimestre de 2013, o que corresponde a um crescimento de 10,5% frente o apurado em igual período do ano passado. Esse desempenho impulsionou a receita operacional dividida pelo total de
assentos-quilômetro oferecidos (RASK), que cresceu 7,5%, na mesma comparação, para R$ 0,1572.
A companhia destaca que o aumento mensal contínuo do Prask desde abril do ano passado é resultado dos esforços da companhia em otimizar sua oferta e maximizar a rentabilidade de suas rotas. Com isso a companhia registrou um aumento de 13,4% no yield.
"Desde abril do ano passado, a GOL tem adequado sua capacidade à nova realidade de custos do setor de aviação. Nesse período, a companhia reduziu a malha aérea doméstica ao mesmo tempo em que ajustou a sua estrutura e capacidade operacional", lembra o presidente da companhia, Paulo Kakinoff.
Somente no segundo trimestre, a oferta de assentos (assentos-quilômetro oferecidos - ASK) apresentou um recuo de 2,7% ante igual período de 2012, mas a demanda (passageiros-quilômetro transportados - RPK) caiu ainda mais, 5,2%, levando a taxa de ocupação a baixar 1,8 ponto porcentual, para 67,7%.
A GOL também registrou melhora em seu custo operacional por assento disponível por quilômetro (CASK), que recuou 8,4% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, para R$ 0,1601. Já os custos de combustível por ASK foram reduzidos em 8,8%, em decorrência da queda de 3,4% no preço por litro do combustível e da utilização de uma frota mais eficiente.
Dívida
A companhia aérea apresentou dívida total de R$ 5,594 bilhões no encerramento de junho, montante 4,6% superior ao apurado em março. Além de novas emissões, de Senior Notes com vencimento em 2023 e financiamento garantido pelo Exim Bank para manutenção de motores, o aumento também é resultado da depreciação do real frente ao dólar americano, de cerca de 10% entre os períodos, o que levou a parcela em moeda estrangeira a alcançar 76,5% do endividamento, ante 73% reportados ao final do primeiro trimestre.
A companhia destacou que a expansão do endividamento total foi parcialmente compensada pela redução no estoque de dívidas, tendo em vista o esforço de desalavancagem que tem sido feito. Nos primeiros seis meses do ano, o montante de pagamentos e pré-pagamentos de dívidas totalizou quase R$ 318 milhões. A GOL reforçou que permanece focada em sua estratégia de possuir um perfil adequado de amortização de dívidas.
A final do segundo trimestre, a GOL apresentou um índice de alavancagem (dívida bruta ajustada/Ebitdar) de 15,5 vezes, o que corresponde a uma melhora em relação aos 27,9x anotados no primeiro trimestre. A melhora se deu em função do processo de recomposição do Ebitdar, que encerrou o trimestre em R$ 235 milhões, levando a um Ebitdar de R$ 601,7 milhões, no primeiro semestre do ano, montante 133% superior aos R$ 258 milhões registrados no exercício completo de 2012.
A dívida líquida da companhia recuou 24,1% no segundo trimestre sobre o trimestre anterior e 13,4% ante o segundo trimestre de 2012, para R$ 2,827 bilhão. A redução é resultado do aumento do total em caixa, equivalentes de caixa, aplicações financeiras e caixa restrito de curto e longo prazo, que finalizou junho em R$ 2,767 bilhões, alta de 41% em comparação ao segundo trimestre do ano passado e de 71% frente ao primeiro trimestre. A aérea destacou que esse é o maior nível de caixa já registrado na história da Gol em um trimestre.
O aumento ocorreu devido à entrada de aproximadamente R$ 1,5 bilhão no caixa da empresa em maio, recursos que foram originados com a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da gestora de programa de fidelidade Smiles (R$ 1,1 bilhão) e com o acordo de venda antecipada de milhas da Smiles às instituições financeiras (R$ 400 milhões). No segundo trimestre, o caixa total representou aproximadamente 34% da receita líquida dos últimos 12 meses e 5,8 vezes as obrigações dos próximos 12 meses.
* Reprodução Márcio Melo

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