segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Indy: Power herda liderança de Dixon no fim e vence GP de Sonoma

Power herda liderança de Dixon no fim e vence caótico GP de Sonoma

Do MSN - É possível afirmar, com toda a segurança, que o que a Indy testemunhou neste domingo (25), em Sonoma, foi um desfile de carros ziguezagueando sob bandeira amarela com alguns poucos e absurdamente caóticos instantes de corrida para valer. E nesta verdadeira prova de sobrevivência, com mais de dez interrupções, quem levou a melhor foi Will Power.
O australiano, que não vencia na categoria desde a SP Indy 300 de 2012, curiosamente foi o piloto que menos se envolveu em confusões ao longo da 15ª etapa do campeonato de 2013. E ainda contou com a sorte: Scott Dixon, líder, ficaria facilmente com a vitória se não tivesse cometido o pequeno equívoco de atingir um dos mecânicos da Penske na saída de seu último pit-stop, provocando um 'strike' na equipe rival.

Consequentemente punido com um azarado drive-through logo após uma das últimas relargadas, o neozelandês, que estava prestes a diminuir de 31 para seis pontos a vantagem de Helio Castroneves na tabela de classificação, caiu para último. A liderança, então, ficou nas mãos justamente de Power, que soube evitar a maior parte dos incidentes e conseguiu resistir à pressão do surpreendente Justin Wilson na última relargada para cruzar a linha de chegada em primeiro, logo à frente do inglês da Dale Coyne.

Dario Franchitti, favorito à vitória, oscilou durante toda a prova e conseguiu chegar em terceiro, completando o pódio, com Marco Andretti, Simon Pagenaud e Ryan Hunter-Reay fechando as seis primeiras posições na Califórnia.

Helinho, em atuação irregular, salvou a sétima posição e conseguiu se manter com certa folga na liderança do campeonato. Dixon, por sua vez, completou o GP em um amargo 15º lugar, vendo sua recuperação escapar por entre os dedos.

Tony Kanaan, na raça, protagonizou bons duelos ao longo da prova, recebeu um inexplicável 'drive-through', chegou a estar na liderança e encerrou em 13º.

Confira como foi o GP de Sonoma, 15ª etapa da temporada 2013 da Indy:


Na largada – um dos poucos momentos normais da corrida –, Franchitti segurou a ponta, seguido por Dixon e Power, com Hunter-Reay em quarto. Castroneves, quinto, não partiu tão bem e viu sua posição ameaçada por Kimball, sexto. No entanto, o piloto da Ganassi ficou encaixotado atrás da Andretti amarela e acabou sendo fechado pelo brasileiro da Penske, que vinha por fora. Ambos se tocaram, e Charlie levou a pior, rodando, ficando atravessado na pista e provocando a primeira bandeira amarela da prova.
 
Veio, então, a primeira de incontáveis relargadas. Com Dario na liderança, Power tentou superar Dixon com sua clássica mentalidade 'kamikaze' de sempre. Não deu muito certo: fechado pelo neozelandês na curva 4, o piloto da Penske sobrou para Hunter-Reay, que o ultrapassou e assumiu o terceiro posto. O adversário seguinte, logo atrás, era Helinho. Naturalmente, Will abriu caminho para seu companheiro de equipe, que luta pelo título. A decisão, no entanto, se mostraria inútil mais para a frente, em uma corrida tão caótica.
 
O destaque das duas rápidas largadas em sequência, no entanto, foi Kanaan: o baiano da KV, que havia largado em 16º, pulou para 14º na primeira bandeira verde e, de forma quase inimaginável, avançou ao sétimo posto na relargada, em momentânea reação.
 
Os intensos duelos no pelotão intermediário seguiam de forma alucinante, com três ou quatro carros emparelhados, muitos toques e tudo, absolutamente tudo valendo – inclusive completar manobras de ultrapassagem utilizando a parte de fora da pista. Tudo isso em apenas sete voltas. Na abertura do oitavo giro, Wilson, otimista, tentou superar James Hinchcliffe por fora, levou o toque e ficou atravessado na pista, provocando a terceira amarela, quase em sequência. 
 
A relargada se tornava, a partir de então, o grande e emblemático ato do dia em Sonoma. A terceira delas, na décima volta, trouxe cenas inusitadas. A começar por Castroneves errando a tangência da curva 2 e perdendo posição justamente para Power, que retomou a segunda colocação. Na sequência, graças à quarta interrupção – causada por Simona de Silvestro, que foi tocada por Sébastien Bourdais, rodou no hairpin e deixou o carro morrer –, nada menos que 18 pilotos foram para os boxes. 
 
O cenário da corrida, então, virou do avesso. Hunter-Reay foi para a liderança, seguido por Hinchcliffe, Wilson, Sebastián Saavedra e Ed Carpenter. Um quinteto de líderes absolutamente inimaginável, que sobreviveu, com pequenas alterações, durante uma pequena parte da prova.
 
Na nova (sim!) relargada, o atual campeão da Indy continuou na ponta, mesmo tendo de se defender dos ataques do agora retardatário Kimball, que emparelhou como suposto segundo colocado no momento em que os carros se alinharam para o reinício. Hinch, real vice-líder da corrida, bancou o lambão e saiu da pista sozinho, fazendo uma espécie de 'slide' por cima de uma das 'zebras-muro' e caindo para quinto. 
 
Com poucos metros tão alucinantes em um brevíssimo recomeço, era evidente que haveria outra bandeira amarela. E houve. E, de novo, Castroneves estava no meio do 'salseiro'. Porém, desta vez, o responsável pela obra de arte não foi o brasileiro, mas sim Andretti. Ambos ensanduicharam o pobre Graham Rahal – e ainda havia Pagenaud na frente do piloto da RLL, formando uma 'bolha' de carros em torno de Graham, que levou um forte toque de Marco pela direita, tentou se equilibrar e acertou de leve a traseira do carro de Helio pela esquerda. Quando voltou, foi novamente atingido, desta vez na parte de trás, pelo filho de Michael Andretti, o que o fez perder o controle e ficar atravessado, sendo atingido por outros pilotos que passavam naquele momento.
 
Felizmente, nenhuma consequência mais grave aconteceu. Mais: além de seguir na corrida, Rahal não deixou seu carro morrer, o que evitou, por consequência, uma nova interrupção.
 
Bom sinal para o andamento da corrida? Não, evidentemente. Na volta seguinte, James Jakes e JR Hildebrand não tiveram a mesma perícia do filho de Bobby Rahal. Atingido pelo inglês no hairpin, o norte-americano rodou, ficou atravessado na pista e deixou o carro morrer. Pace Car, mais uma vez, em ação. Pela sexta vez. Em 22 voltas...
 
Enquanto os bólidos ziguezagueavam para manter os pneus aquecidos, Wilson, novo e improvável líder, desfilava com um belo saco de lixo preso em seu aerofólio dianteiro.
 
Veio, então, a sétima relargada. E mais confusão: apesar de o inglês da Dale Coyne ter se mantido como líder, Hinchcliffe, segundo colocado, foi atingido pelo improvável Saavedra, que estranhamente vinha em terceiro e simplesmente não conseguiu frear ao se ver no vácuo da Andretti do canadense. Mais uma vez, James passeou pela terra e perdeu várias posições, enquanto o colombiano da Dragon optou por entrar nos boxes.
 
Na 25ª volta, o top-6 era formado por Wilson, Dixon, Power, Franchitti, Carpenter e Hinchcliffe, com Castroneves logo atrás, em sétimo. E em meio a tantos toques e confusões, com rigorosamente todos os pilotos se envolvendo em incidentes, a direção de prova achou por bem punir apenas Kanaan, que teve de cumprir um drive-through.
 
Cinco giros depois, Jakes abandonou e parou seu carro em um ponto perigoso, quase na entrada do pit-lane. Oitava bandeira amarela. Com mais quatro voltas, outra relargada, desta vez com Dixon superando Wilson e assumindo a liderança, se colocando, a partir daquele momento, como favorito à vitória em Sonoma. Helinho, nesta altura, vinha em quinto e tentava se achar na pista, ultrapassando e sendo ultrapassado a todo momento.
 
A turma da Indy acalmou um pouco os ânimos durante cerca de 20 voltas. Com os carros um pouco mais afastados por conta das diferentes estratégias de pit-stops, quem apareceu momentaneamente na liderança foi Kanaan, seguido de perto por Hinchcliffe. Ambos permaneceram no 1-2 da corrida por cerca de 15 voltas, até retornarem aos boxes.
 
Quando tudo parecia caminhar com normalidade até o final, no entanto, o caos voltou a se instalar no meio da poeira californiana. Uma nova bandeira amarela, provocada pelo abandono de Josef Newgarden, que parou seu carro em posição perigosa na pista, trouxe à tona o momento que pode, no fim das contas, ter decidido o campeão de 2013.
 
Com o Pace Car na pista, muitos pilotos aproveitaram para trocar os pneus e reabastecer pela última vez. Entre eles, Power e Dixon, novamente líder e vice-líder da prova. Ambos, muito próximos, pararam quase ao mesmo tempo, separados por décimos. O neozelandês, no entanto, conseguiu sair antes do australiano, mas, na ânsia de retornar à pista o mais rápido possível, acabou ignorando um dos mecânicos da Penske, que passava ao lado do carro de Will carregando um pneu traseiro. A Ganassi atingiu em cheio justamente este pneu, o que jogou o mecânico com violência ao chão e que derrubou, por consequência, outro funcionário que também havia participado da troca de compostos do australiano.
 
Por sorte, ninguém se feriu com gravidade. Exceto a reação de Scott, que, com 16 voltas para o fim, naquela que se imaginava ser a última e definitiva relargada da corrida, foi punido com drive-through por ter sido considerado culpado no incidente, e acabou caindo para último. Helinho, agora sétimo, certamente suspirou aliviado dentro de seu capacete.
 
Com isso, ao menos o cenário da frente se decidiu: Power herdou a liderança, seguido por Wilson e Franchitti. O trio permaneceu nesta mesma disposição até a bandeira quadriculada, para alegria do australiano, que, com a vitória, quebrou um jejum de mais de um ano sem subir ao alto do pódio e pode ter encerrando seu longo inferno astral que parecia jamais chegar ao fim nesta temporada 2013.
 
A turma do fundão, no entanto, continuava arisca. Especialmente Ryan Briscoe, o fanfarrão da Panther. O australiano tentou passar Simona no hairpin de um jeito mágico e inovador: sem frear, e encaixotado na traseira de Kimball. Evidentemente, o terceiro piloto da Ganassi foi atingido, levou a pior e rodou, ficando de novo atravessado na pista. Foi então que Charlie teve a genial ideia de acelerar em direção à zebra para tentar retomar o traçado, e bateu de frente com Takuma Sato, que contornava a curva. Não menos habilidoso, Carpenter se atracou com a traseira da Foyt do japonês e por lá ficaram os três, se admirando mutuamente pelo brilhante momento.
 
Como consolo, restou apenas o fato de a enésima bandeira amarela ter sido a última. Não por falta de motivos, naturalmente. Restando cinco voltas para o fim, na derradeira relargada, Saavedra perdeu o ponto de freada na aproximação do polêmico hairpin, atingiu a parte de trás da Dale Coyne de James Davison e guinou para a esquerda, destruindo por completo seu carro no muro interno e sendo arrastado até a proteção de pneus. 
 
Fadada, a direção de prova optou por deixar todos correrem até o fim da prova.

Indy 2013, GP de Sonoma, Final:

1Will POWERAUSPenske Chevrolet 85 voltas
2Justin WILSONINGDale Coyne Honda+1.193 
3Dario FRANCHITTIESCGanassi Honda+3.403 
4Marco ANDRETTIEUAAndretti Chevrolet+4.126 
5Simon PAGENAUDFRASchmidt Honda+4.704 
6Ryan HUNTER-REAYEUAAndretti Chevrolet+5.107 
7Helio CASTRONEVESBRAPenske Chevrolet+8.538 
8James HINCHCLIFFECANAndretti Chevrolet+9.023 
9Simona DE SILVESTROSUIKV Chevrolet+11.208 
10Sébastien BOURDAISFRADragon Chevrolet+12.035 
11Graham RAHALEUARLL Honda+15.105 
12Tristan VAUTIERFRASchmidt Honda+17.760 
13Tony KANAANBRAKV Chevrolet+18.520 
14Ernesto VISOVENAndretti Chevrolet+20.014 
15Scott DIXONNZLGanassi Honda+20.216 
16JR HILDEBRANDEUABryan Herta Honda+20.761 
17Ryan BRISCOEAUSPanther Chevrolet+29.476 
18James DAVISONAUSDale Coyne Honda+43.776 
19Ed CARPENTEREUACarpenter Chevrolet+1 volta 
20Charlie KIMBALLEUAGanassi Honda+2 voltas 
21Sebastián SAAVEDRACOLDragon Chevrolet+4 voltas 
22Lucas LUHRALEFisher Hartman Honda+4 voltas 
23Takuma SATOJAPFoyt Honda67 voltasNC
24Josef NEWGARDENEUAFisher Hartman Honda56 voltasNC
25James JAKESINGRLL Honda28 voltasNC

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.