Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia hoje (13) mais uma etapa do julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão. Os ministros vão analisar os primeiros 26 recursos apresentados pelos réus contra decisão do fim do ano passado. Conhecidos como embargos declaratórios, esse recursos servem para questionar pontos omissos ou contraditórios do julgamento e raramente conseguem mudar uma condenação.
Embora a pauta de hoje contenha apenas o recurso do advogado Rogério Tolentino, ligado ao publicitário Marcos Valério, a assessoria da Corte informou que os ministros não são obrigados a começar por esse caso. Também não foi definido se cada recurso será julgado individualmente ou se os ministros vão analisar os casos que tiverem o mesmo argumento todos de uma vez. A expectativa é que eles optem pelo primeiro sistema, individualizando os debates.
Mesmo com finalidade restrita a ajustes pontuais, alguns réus usaram os embargos declaratórios para pedir a absolvição no julgamento, como o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP). Os condenados também pedem a redução da pena, substituição de Barbosa na relatoria do processo e anulação do acórdão, documento que resume o julgamento, que consideram incompleto.
Além dos 25 réus condenados, também apresentou recurso a defesa do empresário Carlos Alberto Quaglia, acusado de auxiliar na lavagem de dinheiro do esquema para o PP. Ele não chegou a ser julgado pelo STF, pois seu caso foi desmembrado para a primeira instância. Ainda assim, o STF foi acionado para cancelar a acusação de quadrilha contra ele, uma vez que as outras pessoas do seu núcleo, acusadas do mesmo crime, foram absolvidas.
O julgamento não terá a presença do ministro Teori Zavascki, cuja mulher morreu nesta semana, vítima de câncer. O imprevisto motivou mudança de última hora na pauta da Corte, que começaria analisando se é possível novo julgamento quando há pelo menos quatro votos pela absolvição. Considerada polêmica, a discussão sobre os embargos infringentes ficou para depois.
Núcleo Político
|
RÉU
|
CRIME
|
PENA
|
José Dirceu
ex-ministro Casa Civil
|
Formação de quadrilha
Corrupção ativa
|
10 anos e 10 meses
| |
José Genoino
ex-presidente do PT
|
Formação de quadrilha
Corrupção ativa
|
6 anos e 11 meses
| |
Delúbio Soares
ex-tesoureiro do PT
|
Formação de quadrilha
Corrupção ativa
|
8 anos e 11 meses
| |
Núcleo ligado ao Congresso Nacional
|
João Paulo Cunha
deputado federal (PT-SP)
|
Corrupção passiva
Peculato
Lavagem de dinheiro
|
9 anos e 4 meses
|
Roberto Jefferson
ex-deputado federal (PTB-RJ)
|
Corrupção passiva
Lavagem de dinheiro
|
7 anos e 14 dias
| |
Pedro Corrêa
ex-deputado federal (PP-PE)
|
Corrupção passiva
Lavagem de dinheiro
|
7 anos e 2 meses
| |
Pedro Henry
deputado federal (PP-MT)
|
Corrupção passiva
Lavagem de dinheiro
|
7 anos e 2 meses
| |
Valdemar Costa Neto
deputado federal (PR-SP)
|
Corrupção passiva
Lavagem de dinheiro
|
7 anos e 10 meses
| |
Romeu Queiroz
ex-deputado federal (PTB-MG)
|
Corrupção passiva
Lavagem de dinheiro
|
6 anos e 6 meses
| |
Bispo Rodrigues
ex-deputado federal (PL-RJ)
|
Corrupção passiva
Lavagem de dinheiro
|
6 anos e 3 meses
| |
José Borba
ex-deputado federal (PMDB-PR)
|
Corrupção passiva
|
2 anos e 6 meses, substituída por restrições de direitos
| |
João Cláudio Genu
ex-assessor do PP
|
Lavagem de dinheiro
Corrupção passiva (prescrita)
|
5 anos
| |
Jacinto Lamas
ex-secretário do PL
|
Lavagem de dinheiro
Corrupção passiva (prescrita)
|
5 anos
| |
Emerson Palmieri
ex-tesoureiro informal do PTB
|
Lavagem de dinheiro
Corrupção passiva (prescrita)
|
4 anos, substituída por restrições de direitos
| |
Núcleo Publicitário
|
Marcos Valério
publicitário
|
Formação de quadrilha
Lavagem de dinheiro
Corrupção ativa
Evasão de divisas
Peculato
|
40 anos, quatro meses e seis dias
|
Ramon Hollerbach
publicitário
|
Formação de quadrilha
Lavagem de dinheiro
Corrupção ativa
Evasão de divisas
Peculato
|
29 anos, 7 meses e 20 dias
| |
Cristiano Paz
publicitário
|
Formação de quadrilha
Lavagem de dinheiro
Corrupção ativa
Peculato
|
25 anos, 11 meses e 20 dias
| |
Simone Vasconcelos
ex-diretora financeira da SMP&B
|
Lavagem de dinheiro
Corrupção ativa
Evasão de divisas
Formação de quadrilha (prescrita)
|
12 anos, 7 meses e 20 dias
| |
Rogério Tolentino
advogado ligado a Marcos Valério
|
Lavagem de dinheiro
Corrupção ativa
|
6 anos e 2 meses
| |
Núcleo Financeiro
|
Kátia Rabello
ex-presidenta do Banco Rural
|
Formação de quadrilha
Lavagem de dinheiro
Gestão fraudulenta
Evasão de divisas
|
16 anos e 8 meses
|
José Roberto Salgado
ex-vice-presidente do Banco Rural
|
Formação de quadrilha
Lavagem de dinheiro
Gestão fraudulenta
Evasão de divisas
|
16 anos e 8 meses
| |
Vinícius Samarane
ex-diretor do Banco Rural
|
Lavagem de dinheiro
Gestão fraudulenta
|
8 anos e 9 meses
| |
Demais condenados
|
Henrique Pizzolato
ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil
|
Lavagem de dinheiro
Peculato
Corrupção passiva
|
12 anos e 7 meses
|
Enivaldo Quadrado
ex-sócio da corretora Bônus Banval
|
Lavagem de dinheiro
|
3 anos e 6 meses
| |
Breno Fischberg
ex-sócio da corretora Bônus Banval
|
Lavagem de dinheiro
|
5 anos e 10 meses
|
* Reprodução Márcio Melo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.