terça-feira, 27 de agosto de 2013

Tite fala de "bronca" que deu em Sheik; confira entrevista exclusiva

Tite fala de "bronca" que deu em Sheik; confira entrevista exclusivaO treinador Adenor Leonardo Bacchi, mais conhecido como “professor” Tite, participou na noite desta segunda-feira (26) de uma edição especial do programa No Pique da Pan, da Rádio Jovem Pan. Ao lado de Wanderley Nogueira, o comandante corintiano respondeu às mais diversas perguntas. Falou sobre técnicos brasileiros, Seleção, Paulinho, Sheik, Jorge Henrique, Tolima, Luverdense e outros inúmeros temas. 

Tite é considerado por boa parte da torcida alvinegra o melhor técnico que já passou pelo Parque São Jorge. O treinador está à frente do Timão desde 2010, há quase três anos, e, neste período, conquistou tudo o que disputou. Já foram as taças dos Campeonato Paulista, Campeonato Brasileiro, Libertadores da América, Recopa Sul-Americana e Mundial.

Confira as principais declarações de Tite em sua participação especial na JP a seguir:

- Técnicos brasileiros estão atualizados?

“O Tite e uma série de técnicos brasileiros estão e são atualizados. A exigência nossa, como ela é da casa, é sempre a melhor. E deve ser sempre assim. Hoje à tarde, em um daqueles poucos momentos de folga, assisti ao jogo entre Manchester United e Chelsea [0 a 0]. E dá para compararmos o nível e a qualidade do nosso futebol. Devemos valorizar um pouquinho mais aquilo que temos de bom.”

- Só falta a Seleção Brasileira para você?

“Costumo me reportar. Digo assim: ‘Tite, seja o cara simples que você sempre foi em suas origens. Respeitando o outro lado, se dando ao respeito, sendo humilde e ambicionando’. Humilde é de saber que sou um cara igual todos nós. Com meus defeitos, meu lado humano. A ambição profissional, por sua vez, é de um dia chegar à Seleção Brasileira sim.”

- Como é que você está se virando para substituir Paulinho?

“Taticamente, o Paulinho é um jogador muito diferente. É muito difícil encontrar um jogador como ele. É muito difícil encontrar alguém como ele. Reajustar, remontar a equipe é o momento em que nós estamos. Às vezes, com a perda de uma peça importante. Quando estava ajustado o Guilherme, o perdemos. Esse é o grande desafio do técnico. É a grande competência do técnico, da equipe de trabalho, dos atletas e da direção, para entender este processo de reajuste.”

- Por que no Corinthians você está conseguindo tantos títulos?

“O que eu sempre tive comigo era de querer fazer grandes trabalhos. Tive isso no Rio Grande do Sul. Grêmio, Internacional e Caxias do Sul me deram tempo para trabalhar. Acreditaram no profissional e na pessoa em momentos difíceis. As vindas para São Paulo foram sempre mais de recuperação do que de aparecer com o grande título, com foi com o Corinthians no passado, no Palmeiras e no São Caetano. Nos Emirados Árabes foi a primeira vez que quebrei um contrato, porque entendi que precisava vir para um grande centro ganhar um grande título e chancelar a qualidade do trabalho. Foi a oportunidade que o Corinthians me deu, de vir neste momento importante, já estruturado.”

- Você deu algum tipo de bronca em Sheik?

“Com o Sheik eu fui verdadeiro, firme, dizendo todos os erros que ele cometeu e que não deveria cometer. Isso porque ele traz um prejuízo para ele, para mim, para a equipe e para o Corinthians. Nós temos que ter esta noção de hierarquia. Sei o quanto eu tenho de responsabilidade com um número extraordinário de torcedores e pessoas que fazem do esporte uma atividade de educação, entretenimento e de respeito.”

- Caso o Corinthians caia para o Luverdense, Pato pode sair do clube?

“Eu me lembro de quando o Rivellino saiu do Corinthians. Ele ficou chateado da forma como saiu. Magoou o Rivellino de forma interna. Então meu sentimento é de ter muito cuidado quando é uma equipe que vence. Não é o Pato que vence. Quando se constrói e faz o gol são 22 pernas que constroem isso. Quando se toma um gol, são todos que controem. Este senso de equipe que o técnico tenta passar é para não cometermos novamente aquele erro que aconteceu com o Rivellino, no meu entender.”

- Você acha que já chegou a perder o vestiário?

“Técnico perde o vestiário quando a diretoria não dá sustentação. Estou falando como ex-atleta e técnico. Esta hierarquia existe. No momento mais difícil, quando eu poderia perder o vestiário, o Andrés Sanchez me deu esta sustentação fundamental.”

- Como você explica a saída do Jorge Henrique?

“A gente não dá maiores explicações porque temos de preservar as pessoas. Os problemas que acontecem nos vestiários não trago para público. Sou muito grato a tudo o que o Jorge Henrique fez. Ele está marcado na história do Corinthians. Isto ninguém tira. Assim como ninguém tira todos os erros que ele cometeu, que ele foi instruído, orientado… Não foi um fato isolado. Não gostaria de ter feito isso. Não fiz isso com prazer e não sou eu quem faço. É o conjunto da obra: direção, presidente, Tite…”

* Reprodução Márcio Melo

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