sábado, 21 de setembro de 2013

Presidente do Quênia vai à TV e confirma 39 mortes e 150 feridos em ataque

Hoss Njuguna/AFP

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, disse em pronunciamento na TV que ao menos 39 pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas no ataque deste sábado (21) em um shopping center na capital Nairóbi. O governo dos Estados Unidos confirmou que cidadãos norte-americanos estão entre os feridos, a França informou que duas francesas estão entre as vítimas fatais, e o Reino Unido divulgou que há britânicos entre as vítimas, sem dar mais detalhes.

Considerando a ação um ato terrorista, o presidente Kenyatta pediu calma e orações à população, e disse que  "o terrorismo é uma filosofia de covardes".

VEJA A LOCALIZAÇÃO DE NAIRÓBI

Segundo informações de agências de notícias, parentes do presidente também foram mortos no tiroteio.
"Eu sei o que vocês sentem, tendo também pessoalmente perdido parentes muito próximos", declarou o presidente.
Kenyatta prometeu "caçar" os autores do ataque, "para onde quer que tenham corrido", e que o país irá puni-los, descrevendo como "delicada" a operação de socorro a vítimas e reféns, mantidos dentro do shopping por mais de doze horas após o tiroteio.
"Doem sangue, deem conforto às famílias. (...) Fiquem calmos e vigilantes", pediu o presidente.

EUA, França e Reino Unido confirmam vítimas


O Departamento de Estado dos EUA considerou "um ato de violência desmedido" o ataque no shopping center em Nairóbi e confirmou que há cidadãos norte-americanos entre os feridos.
"Temos notícias de cidadãos norte-americanos feridos no ataque, e a embaixada dos Estados Unidos está agindo para fornecer assistência", disse, em comunicado, a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf.
"Condenamos este atentado desmedido no qual homens, mulheres e crianças inocentes foram mortos ou feridos", diz a nota do governo dos EUA, que não deu detalhes sobre os norte-americanos feridos por questões de privacidade.
A França informou que duas cidadãs francesas morreram no ataque deste sábado, em comunicado do Palácio do Eliseu destacando a "total solidariedade" do presidente François Hollande com as autoridades quenianas.
"O presidente da República condena, com a maior firmeza, este covarde atentado e compartilha a dor das famílias dos nossos compatriotas", diz o comunicado.
O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, informou que cidadãos britânicos estão, "sem qualquer dúvida", entre as vítimas do atentado e que diplomatas tentam obter mais detalhes.

Grupo somali Al- Shabaab assume ataque


Por volta de meio-dia (6h, no horário de Brasília), um grupo armado invadiu o Westgate Mall, que fica em uma área nobre de Nairóbi e é frequentado por estrangeiros e quenianos de alto poder aquisitivo. Segundo testemunhas, vários homens usando turbantes pretos atiraram granadas e dispararam contra as pessoas.
De acordo com agências de notícias e as emissoras de TV CNN e Al Jazeera, o grupo islâmico Al- Shabaab, que teria ligações com a Al Qaeda, assumiu em nota a autoria do crime.
Em 2011 os militantes já haviam ameaçado atacar a capital como forma de protesto pelo envio de tropas quenianas a seu país.
"Os mujahedines entraram ao meio-dia de hoje no Westgate", diz uma mensagem postada no Twitter. "Eles mataram mais de cem infiéis quenianos e a batalha prossegue", afirma a mensagem. "Por muito tempo nós travamos uma guerra contra os quenianos em nossa terra, agora é hora de mudar o campo de batalha e levar a guerra para a sua terra", afirmou o Al-Shabaab na rede social.
Na sexta-feira (20), o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, teve um encontro com o presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, em Washington.
Antes da reunião, Kerry disse: "Os EUA, obviamente, têm se empenhado em ajudar a Somália a lutar contra o terror tribal... e o presidente e seus aliados têm realmente feito um trabalho incrível em revidar".
O principal secretário do Interior do Quênia, Mutea Iringo, afirmou no Twitter que "forças especiais estão dentro do prédio evacuando civis" e que "a segurança foi reforçada em outros shoppings da cidade".
Também pela rede social, o chefe da Polícia Nacional, David Kimaiyo, divulgou que um atirador foi ferido na ação e que outros haviam sido presos. 
Testemunhas disseram a uma TV local que alguns suspeitos trocaram de roupa e deixaram o local com os civis, mas a polícia negou que isso seja verdade.
De acordo com a rede BBC, a polícia pediu para que a imprensa interrompa as transmissões ao vivo no local, e os moradores foram orientados a não se aproximar da área.

Muçulmanos seriam poupados


Elijah Kamau, que estava no local, afirmou que os atiradores disseram que "os não muçulmanos seriam os alvos e que os islâmicos estavam a salvo".
Segundo relatos, algumas pessoas chegaram a ficar 40 minutos escondidas em lojas e nos banheiros até conseguirem escapar por uma saída nos fundos do shopping.
Manish Turohit, 18, ficou no estacionamento do prédio por duas horas e disse a jornais locais que os atiradores carregavam rifles de assalto AK-47, coletes à prova de bala e granadas.
"Eles entraram e jogaram uma granada. Todos começaram a correr, e eles dispararam enquanto gritavam".

* Reprodução Márcio Melo

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