terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Chuva causa 10 mortes no interior e no litoral de SP

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou na manhã desta terça-feira (14), em entrevista ao "Bom Dia São Paulo", da Rede Globo, que a chuva afetou que Itaóca, no Vale do Ribeira (a 347 km de São Paulo), foi tão forte que "desceu serra, desceu árvores, desceu tudo" pelo rio Palmital.
As fortes chuvas e a inundação que destruíram parcialmente a cidade deixaram, ao menos, oito mortos e doze desaparecidos.Outras duas pessoas morreram no Estado.
"A tarefa agora é desobstruir o rio Palmital. A desobstrução é necessária para, caso haja outra chuva, não ter o alagamento da cidade", disse Alckmin. "Uma ponte antiga, com muitos pilares, vai ter de ser refeita em arco para não ocasionar mais a obstrução [do rio]."
"A prioridade agora é salvar vidas, procurar os desaparecidos e abrigar quem está desabrigado", disse. "Todo o empenho do Corpo de Bombeiros é localizar os 12 desaparecidos e abrigar as famílias que estão numa escola. E [dar] saúde, enfim, todo o atendimento."
Provável candidato à reeleição, Alckmin chegou à Itaóca na segunda-feira (13) e sobrevoou as áreas mais atingidas. A previsão era de que o governador retornasse para a capital paulista, onde lançaria na manhã desta terça o programa Trato na Escola.
O evento foi cancelado e Alckmin passou a noite na cidade vizinha de Apiaí. Ele vai acompanhar pessoalmente os trabalhos da força tarefa montada para ajudar a região. Pela manhã, está prevista a desobstrução do Rio Palmital, em Itaóca.
Segundo o governador, após o auxílio aos desabrigados e a busca dos desaparecidos, a prioridade será reconstruir a cidade.
Alckmin afirmou que conversou com muitos moradores de Itaóca e que os mais idosos disseram que nunca haviam visto uma chuva tão violenta.
"Estamos em uma região serrana. A água vem com muita força. Eu percorri toda a cidade. As pessoas mais antigas dizem que não viram uma tromba d'água tão violenta. Ela foi muito localizada", afirmou.

Cidade está parcialmente destruída


O município, de 3.200 habitantes, teve pontes e outras ligações viárias destruídas pelas cheias. Por volta de cem moradias foram afetadas. O rio Palmital (cujo nível subiu até cinco metros, conforme a prefeitura) e outros cursos d'água que cortam a cidade transbordaram devido à chuva.
Ontem, o prefeito Rafael Rodrigues Camargo (PSD) decretou estado de calamidade pública em Itaóca. "Ele fez isso a fim de ter respaldo para conseguir ajuda financeira mais rápida e usar verba da prefeitura em obras emergenciais", disse o chefe de gabinete da prefeitura, João Batista Belisário.
"Vai demorar até sabermos exatamente o [dinheiro necessário para reparo do] prejuízo", salienta.
De antemão, conforme o Palácio dos Bandeirantes, a Defesa Civil providencia o resgate de famílias ilhadas --cujo número é incerto-- e prepara mais 30 cestas básicas, 110 agasalhos e 180 kits de higiene pessoal, com toalhas e escovas e creme dentais às vítimas.
Como o fornecimento de água foi prejudicado – tanto pelas cheias quanto pelo vazamento de óleo diesel em uma das fontes de captação, o rio Ribeira de Iguape – , a Sabesp está mandando água potável para consumo e caminhões pipa para a remoção de lama e escombros das ruas.
Técnicos do Instituto Geológico do Estado trabalham na verificação da estabilidade do terreno, e bombeiros trabalham nas buscas a desaparecidos e no resgate de pessoas isoladas.
As prefeituras de Apiaí e Ribeira, cidades vizinhas a Itaóca, mandaram retroescavadeiras e caminhões para a limpeza urbana.

Pior cheia em 20 anos, diz morador


O empresário Ivan Edson, residente em Itaóca há 20 anos, afirma nunca ter visto situação semelhante na cidade. "Essa enchente foi incomum. Foi uma chuva torrencial na serra (do Mar), entre Apiaí e Itaóca, e a chuva veio toda para cá".
Edson relata que "parte do comércio 'foi embora'. Açougue, farmácia, loja de roupas, loja de móveis... Não tive prejuízo porque estou na parte alta da cidade", comenta ele, proprietário de uma pousada e uma emissora de rádio locais.
A prefeitura de Itaóca pede doações de água, colchões, cobertores e alimentos, mediante contato com o Fundo Social de Solidariedade do município, pelo telefone (15) 3557-1143.
"Ainda não abrimos conta bancária porque as agências daqui também foram inundadas", salienta o chefe de gabinete, João Batista Belisário.
* Reprodução Márcio Melo

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