quinta-feira, 10 de abril de 2014

Adolescente forçada a casar mata marido de 35 anos com veneno de rato na Nigéria

Wasila Umaru, adolescente de 14 anos forçada a casar na Nigéria, matou seu marido e três de seus amigos com uma refeição envenenada, disse a polícia nesta quinta-feira. Wasila se casou na semana passada com Umaru Sani, 35, de acordo com o superintendente-assistente Musa Magaji Majia.

Durante o fim de semana, o marido convidou dezenas de amigos para uma celebração na vila de Ungwar Yansoro, a cerca de 100 km de Kano, no norte do país. A adolescente disse à polícia que ela comprou veneno de rato em um mercado e o usou para preparar um prato com arroz.
"A suspeita confessou cometer o crime e disse que o fez porque foi forçada a casar com um homem que não amava", disse Majia à Associated Press. O marido e um amigo morreram no mesmo dia, enquanto outras duas vítimas morreram posteriormente no hospital.
Umaru está cooperando com a polícia e provavelmente será acusada de homicídio culposo, de acordo com Majia.
O casamento infantil é comum na Nigéria especialmente no norte majoritariamente muçulmano e pobre, onde os números crescem em épocas de seca porque o dote de uma noiva é pago, significando uma boca a menos para alimentar. Nas áreas rurais, 50% das nigerianas casam antes dos 18 anos, de acordo com a agência da ONU para crianças. Isso representa um grande número de noivas crianças em um país de cerca de 170 milhões de habitantes, dos quais metade têm menos de 18 anos.
Noivas crianças frequentemente passam por uma gravidez difícil — a principal causa de morte em todo o mundo para garotas entre 15 e 19 anos — e têm mais probabilidade de contrair aids e ser submetidas à violência doméstica, de acordo com o Centro Internacional de Pesquisa sobre Mulher.
O casamente precoce e forçado é classificado como uma escravidão da época moderna pela organização do trabalho da ONU, e a Lei de Direitos da Criança da Nigéria proíbe casamentos antes dos 18 anos. Mas essa lei federal compete com a lei islâmica da Sharia nos Estados mais ao norte.
Ninguém na Nigéria foi processado por casar com uma criança, incluindo Sani Ahmed Yerima, que ganhou fama por se divorciar de uma garota de 17 anos com a qual havia se casado dois anos antes para poder se casar com uma egípcia de 14 anos em 2010, quando ele tinha 49. Ele teve de se separar de uma de suas mulheres crianças porque a lei islâmica permite um máximo de quatro mulheres por vez.
Muitas noivas crianças são divorciadas por essa razão e por causa de incontinência e outros problemas médicos causados por uma gravidez difícil, de acordo com ativistas locais dos direitos infantis, que dizem que essas meninas são abandonadas nas ruas.
Fonte: IG Com AP

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