quinta-feira, 10 de abril de 2014

Em noite dedicada a Tinga, Cruzeiro faz 3 no Garcilaso e garante vaga; La U é eliminada

Em noite dedicada a Tinga, Cruzeiro faz 3 no Garcilaso e garante vaga; La U é eliminada

MSN - O Cruzeiro acordou na Copa Libertadores da América, e acordou a tempo. Depois de tropeços e vexames, o atual campeão brasileiro, enfim, convenceu. Não foi da forma na qual os torcedores celestes imaginavam, mas o time de Marcelo Oliveira carimbou uma vaga nas oitavas de final da competição. Fez simplesmente o que precisava: vitória por 3 a 0 sobre o Real Garcilaso, em uma noite incomum no Estádio do Mineirão.

Torcida criou o 'Planeta dos Macacos'Incomum por um fator: Tinga. Embora longe das quatro linhas, sequer foi relacionado pelo técnico Marcelo Oliveira, o meio-campista testemunhou uma ovação raramente vista para quem não está em campo. Em virtude do preconceito inaceitável sofrido na ida contra os peruanos, quando sofreu injúrias racistas, o camisa 7 recebeu o carinho oriundo das arquibancadas por intermédio de faixas e gritos.
Para coroar a noite de homenagem a Tinga, a classificação. Com uma atuação segura e eficiente - especialmente na bola aérea, o Cruzeiro tratou de espantar qualquer zebra e garantir um lugar no mata-mata. Aos 24min, Ricardo Goulart aproveitou cruzamento de Myke e fez o primeiro. Três minutos depois, Bruno Rodrigo, após escanteio de Éverton Ribeiro, ampliou.
A tranquilidade acabou ameaçada em apenas um momento: aos 39min, quando, lá no Uruguai, Fernández abriu o placar para a Universidad do Chile contra o Defensor, obrigando o Cruzeiro a anotar pelo menos mais um gol para passar de fase. E não demorou muito. Aos 42min, Júlio Baptista, após brilhante passe de Goulart, anotou o terceiro. Festa em um dia dedicado a Tinga.
O resultado positivo garantiu o Cruzeiro na próxima fase como o segundo colocado do Grupo 5 - inesperada posição pelo status alcançado pelo clube com o incontestável título nacional de 2013. O clube mineiro somou 10 pontos e superou apenas no saldo de gols a Universidad de Chile, que ficou no empate por 1 a 1 com o líder Defensor.
O time uruguaio, aliás, merecidamente termina como o ponteiro da chave. Grande algoz dos brasileiros nesta etapa - venceu por 2 a 0 no Uruguai e empatou por 2 a 2 no Mineirão -, o Defensor terminou com 11 pontos. O Real Garcilaso acabou na lanterna com apenas três.
O jogo
A torcida do Cruzeiro ainda se acomodava nas cadeiras do Mineirão, mas os jogadores celestes não quiseram saber de esperar, e logo no primeiro minuto quase abriram o placar com Everton Ribeiro. O lance foi apenas uma mostra da pressão que os peruanos do Garcilaso sofreriam durante todo o jogo. Sufocando o adversário, a equipe criou várias chances no início da partida.
O ritmo intenso do Cruzeiro obrigou o Garcilaso a manter no mínimo dez jogadores atrás da linha da bola, em uma tradicional retranca. Mesmo com os visitantes fechadinhos, a equipe brasileira usou a superioridade técnica para aos poucos encontrar os espaços necessários para concluir as jogadas, faltando apenas capricho para balançar a rede.
Já eliminado da Libertadores, o time do Peru veio ao Brasil com o único intuito de evitar um vexame. A todo o momento o Garcilaso tentava ganhar alguns segundos esfriando o ímpeto cruzeirense, estratégia que funcionou apenas em parte do primeiro tempo e irritou o técnico Marcelo Oliveira, que reclamou muito da cera peruana no Mineirão.
A tensão que começava a tomar conta da equipe brasileira virou alegria aos 23 minutos, quando Ricardo Goulart aproveitou cruzamento de Mayke e testou para o gol de Pretel fazendo o Gigante da Pampulha ir à loucura. O segundo gol não demorou, e saiu da cabeça de Bruno Rodrigo, desviando cobrança de escanteio em jogada ensaiada a exaustão na Toca da Raposa.
Dominando inteiramente as ações, o Cruzeiro não permitiu ao Garcilaso ameaçar a meta de Fábio, que foi uma espécie de torcedor de luxo, apenas assistindo ao jogo no Mineirão. Com o jogo controlado, os brasileiros diminuíram um pouco o ritmo, mas seguiram melhores até que, aos 41, Júlio Baptista recebeu assistência de Ricardo Goulart e tocou na saída do goleiro resolvendo o confronto em apenas um tempo.
O cenário na etapa final mudou muito pouco em relação aos 45 primeiros minutos, ou seja, um jogo de ataque contra defesa já que o Garcilaso continuou sem ameaçar Fábio. A única diferença é que o Cruzeiro cadenciou um pouco mais o duelo, já que a vitória já estava praticamente garantida.
A facilidade era tanta, que a própria torcida cruzeirense perdeu um pouco do entusiasmo já que o time da casa não correu nenhum tipo de risco contra os peruanos. Aos 15, Dedé resolveu ir a ataque, e sem ser incomodado cabeceou contra a meta de Pretel, mas errou o alvo por pouco. A sequência de chances de dilatar ainda mais o marcador foram criadas e desperdiçadas em excesso.
Na última parte do jogo, o Cruzeiro tirou o pé definitivamente do acelerador, mas mesmo assim, continuou com as redes do duelo contra um recuado Garcilaso. Nos minutos finais, o torcedor mineiro resolveu curtir o tranquilo triunfo da equipe, soltando o grito de olé nas cadeiras do Mineirão.

FICHA TÉCNICA

CRUZEIRO 3 X 0 REAL GARCILASO-PER

Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 09 de abril de 2014, quarta-feira
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Adrian Velez (COL)
Assistentes: Wilson Berrio e Rafael Rivas (ambos da Colômbia)
Cartões amarelos: Egídio (Cruzeiro); Huerta, Herrera, Santillán, Lojas (Real Garcilaso)
Gols: CRUZEIRO: Ricardo Goulart, aos 23, Bruno Rodrigo, aos 26 e Júlio Baptista, aos 41 minutos do primeiro tempo
CRUZEIRO: Fábio; Mayke, Bruno Rodrigo, Dedé e Egídio; Lucas Silvas, Henrique, Ricardo Goulart (Elber) e Everton Ribeiro (Alisson); Dagoberto (Borges) e Júlio Baptista
Técnico: Marcelo Oliveira
REAL GARCILASO-PER: Pretel; Maulella, Huerta (Lojas), Brítez e García (Flores); Herrera, Retamoso, Ortiz e Santillán; Ramúa (Gonzalez) e Ramón Rodríguez
Técnico: Freddy Garcia

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