Liga: Neymar e Messi passam em branco, mas Barça vence

O Barcelona lançou mão de jovens talentos, recolocou Xavi no meio-campo e abusou da combinação entre Messi e Neymar, mas não encantou em sua estreia na Liga dos Campeões. Diante do frágil APOEL, do Chipre, o time catalão venceu com um modesto 1 a 0, com gol de Piqué, de cabeça.

A vitória, ainda que magra, garante a liderança do Grupo F com três pontos. O PSG, outro gigante da chave, tropeçou fora de casa contra o Ajax. Depois de abrir 1 a 0 e ter o jogo nas mãos, o time francês deixou o empate escapar em uma cobrança de falta tardia.

A combinação deixa o PSG em maus lençóis no grupo. Para não correr riscos de zebra, a equipe dos selecionáveis David Luiz e Marquinhos precisa crescer na próxima rodada, quando recebe o poderoso Barcelona em Paris.

Fases da rodada: Dois dos maiores favoritos ao título da Liga fizeram menos do que se esperava deles. Contra adversários mais frágeis, Barcelona e PSG criaram pouco, foram imprecisos na defesa e decepcionaram quem esperava um futebol mais vistoso. Menos mal para os catalães, que ao menos venceram. 

Para o Barcelona, o desafio foi bater a defesa numerosa que o APOEL armou no Camp Nou. Neymar e Messi se combinaram bem, municiados por um meio-campo diferente do que vinha sendo armado por Luis Enrique, com os jovens Samper e Sergi Roberto dando apoio a Xavi - Rakitic e Iniesta foram para o banco.

Só que as tentativas foram infrutíferas. Sem chances claras, o Barcelona invariavelmente parou no bloqueio cipriota. O gol só veio pelo alto, quando Piqué completou de cabeça após uma cobrança de falta da direita.

A vantagem tranquilizou o Barcelona e forçou o APOEL a se abrir. Ao longo do segundo tempo, o Barcelona teve a chance de ampliar em contra-ataques rápidos, mas erros constantes nos passes finais, principalmente de Messi, impediram que a vitória ficasse mais confortável.

Mais que isso, o Barcelona mostrou fragilidade na defesa. Com pouca cobertura dos volantes, o time da casa foi pego de surpresa em pelo menos duas oportunidades, e poderá ter sofrido o empate se o APOEL tivesse melhores condições técnicas.

No outro jogo, o desafio do PSG era ser paciente. Embora não seja uma potência, o Ajax sempre lança uma sombra sobre os gigantes que enfrenta. Com a fome de quem caiu na fase de grupos das quatro últimas edições da Liga, o time holandês começou buscando o ataque e deixou muitos espaços na sua defesa, bem aproveitados por Lucas e Matuidi.

O brasileiro foi especialmente inteligente no lance do gol, quando roubou uma bola dentro da área rival e deu origem ao gol de Cavani, que bateu para o gol vazio depois de um chute bloqueado de Ibrahimovic.

Só que quando o Ajax cresceu, faltou ao PSG um meio-campo mais ativo, que levasse mais perigo aos holandeses. Na base da pressão, os holandeses chegaram ao gol em uma cobrança de falta de Schone, aproveitando um vacilo de Sirigu.

O melhor: Barcelona. Em dois jogos medíocres, saiu-se melhor também por falta de concorrentes à altura. Com a vitória o time catalão consegue vantagem importante em uma chave que pode ficar complicada, com Ajax e PSG brigando por vaga no mata-mata.

O pior: PSG. Não soube manter o domínio que adquiriu no primeiro tempo, cedeu à pressão dos holandeses e terá de correr atrás do prejuízo em um grupo delicado.

Para lembrar:

Ibrahimovic: Capitão do PSG na ausência de Thiago Silva, o sueco foi recebido com pompa pela torcida do Ajax, seu primeiro clube de grande porte na Europa. Antes do jogo, uma mensagem foi exibida no telão: "Bem vindo, filho de Deus"

Goleiro líbero: Ter Stegen, reforço do Barcelona para o gol na última janela de transferências, foi a surpresa de Luis Enrique na escalação do time catalão, barrando o chileno Bravo. Em uma das poucas vezes em que foi solicitado, ele foi bem atuando mais adiantado, cobrindo os zagueiro como o compatriota Neuer, que se notabilizou por isso na última Copa.

Meio do PSG: Blanc optou por um meio-campo mais conservador, com Verrati e Matuidi fazendo companhia a Thiago Motta. Embora Matuidi tenha sido importante no primeiro tempo, Lavezzi e Pastore poderiam ter dado a vitória à equipe, mas só entraram em campo a dez minutos do apito final, quando já estava 1 a 1. 

* Bol