quarta-feira, 12 de novembro de 2014

RN é o estado com maior aumento de assassinatos do Brasil, aponta estudo recente

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/A mais nova pesquisa sobre a segurança no Brasil foi lançada nesta terça-feira (11) e mais uma vez o Rio Grande do Norte aparece em destaque negativo. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que é divulgado todos os anos pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o RN foi o Estado onde o número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) – que agrega as vítimas de homicídio doloso e ocorrências de latrocínio e lesão Corporal seguida de morte – mais cresceu entre os anos de 2012 e 2013.

Segundo o Anuário, em 2012 foram registrados 388 CVLIs em terras potiguares. Esse número subiu para 823 em 2013, uma média de 24,3 para cada 100 mil habitantes, um aumento de 102,4%. Para se ter uma ideia da dimensão desse dado, o Estado de Roraima, que aparece em segundo nessa estatística, teve um aumento de “apenas” 46%, passando de 72 para 110. Se for levado em consideração apenas os números de lesão corporal seguido de morte, o RN também deixa os outros Estados para trás, com um aumento de 539,5% (passou de 10 em 2012 para 67 em 2013).

O FBSP destaca que o Rio Grande do Norte está no Grupo 2 de qualidade dos dados, o que significa que pode haver uma subnotificação do total de homicídios dolosos. Ou seja, podem haver dados piores e uma situação ainda mais grave no Estado.

Em números nacionais, foram, no total de 2013, 50.806 vítimas de homicídios dolosos, ou 5,8 pessoas a cada hora ao longo de 2013, uma taxa de 25,2 vítimas a cada grupo de 100 mil pessoas. Em relação ao ano anterior, quando a taxa era de 25,9, houve uma ligeira redução, de 2,6%. Contudo, analisando o número de vítimas, que era de 50.241, houve um aumento de 1,1% – a queda no indicador per capita se justifica pelo maior crescimento da população.

O FBSP acredita que é possível reduzir as taxas de homicídio em 65,5% até 2030, o que implica em uma melhora de 5,7% ao ano. O dobro do que é esperado como média mundial e redução desses crimes. A projeção do Fórum se baseia na análise do comportamento de diminuição dos homicídios no Estado de São Paulo, a partir da década de 1990, em um trabalho desenvolvido a pedido da Fundação Lafer.

De acordo com o Fórum, para tanto, seria necessário focar esforços, de forma integrada, no tripé: aproximação com a população, uso intensivo de informações e aperfeiçoamento da inteligência e da investigação. O maior problema é articular os diversos agentes da cadeia de segurança pública.

“Há uma carência de coordenação e de integração, marcas registradas da segurança pública brasileira e da arquitetura jurídica que embasa as políticas públicas no país. Atingir a meta é possível, mas apenas se revertermos esse quadro e deixamos de investir tempo e recursos em achar novas soluções e nos focarmos em fazer direito e de forma integrada um trabalho que tem sido feito de forma isolada e sem coordenação”, Renato Sergio de Lima, vice-presidente do Fórum.

Ainda segundo o estudo, seis estados colocaram menos dinheiro no setor em 2013, em comparação com o ano anterior. São eles Ceará, Bahia, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Piauí. Nessa lista o RN aparece na segunda colocação. Em 2012, o orçamento no RN foi de R$ 831,4 milhões e em 2013 o valor baixou para R$ 707,7 milhões, implicando em uma redução de 14,87%. “Desde 2011 que nós estamos falando que os investimentos na área da segurança no RN está longe do ideal. Os números da violência estão aumentando cada vez mais e nada vem sendo feito. Essa pesquisa só reforça aquilo que nós falamos constantemente”, afirmou Marcos Dionísio, presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos do RN.

O anuário também traz as estatísticas do número de pessoas mortas pela polícia brasileira de 2009 a 2013. Foram 11.197 óbitos registrados, o equivalente a seis mortes por dia, quantidade pouco superior ao dos Estados Unidos, só que em 30 anos (11.090). Além disso, o estudo mostra que cerca de 500 PMs foram mortos em 2013, sendo 75% foram do horário de serviço.

O custo da violência no Brasil do ano passado foi de R$ 258 bilhões, o que equivale a 5,4% do PIB (Produto Interno Bruto). Esses números mostram que o investimento na área aumentou 8,5% em relação ao ano de 2012. A maior parte deste valor, R$ 114 bilhões, é resultado justamente da perda de capital humano.

Além dos R$ 114 bilhões gerados pela perda de capital humano, entram na conta dos custos da violência R$ 39 milhões de gastos com contratação de serviços de segurança privada, R$ 36 bilhões com seguros contra roubos e furtos e R$ 3 bilhões com o sistema público de saúde. A soma destas despesas, que chegou a R$ 192 bilhões em 2013, ou 3,97% do PIB, é classificada no estudo como “custo social da violência”. O valor pode ser ainda maior, porque os gastos com pessoas que ficam inválidas em razão da violência, por exemplo, não entraram no cálculo.

RN teve a maior redução no número de estupros

Se apresentou um grande aumento no número de CVLIs, o Rio Grande do Norte tem uma estatística para comemorar. Em 2012, foram 329 casos de estupro no Estado e, em 2013, foram 236, uma redução de 28,27%. Já o Amazonas é o estado em que o registro desse crime mais cresceu. Em 2012, foram 1.031 estupros e, em 2013, 1.433. Um incremento de 38,99%.

O Brasil registrou, em 2013, 50.320 casos de estupro, 96 a mais do que o volume registrado em 2012, o que significa, em termos estatísticos, estabilização. O Fórum estima, contudo, que o País tenha convivido com cerca de 143 mil estupros no transcorrer de 2013.

A projeção se baseia no fato de haver uma grande subnotificação desse tipo de crime no País e no mundo. De acordo com a National Crime Victimization Survey (NCVS), apenas 35% das vítimas desse tipo de crime costumam prestar queixas. Logo, a estimativa do Fórum indica que, a cada hora, dezesseis estupros ocorreram no País no ano passado. Considerando somente os boletins de ocorrência registrados, chega-se a uma taxa de aproximadamente um estupro a cada dez minutos.

Fonte: Portal JH

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