segunda-feira, 11 de maio de 2015

Empresa paga até R$ 38 mil por ano para quem deseja doar duas fezes


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A empresa norte-americana Open Biome, sem fins lucrativos, está, literalmente, pagando por amostras de fezes. O objetivo é criar tratamentos com base em transplante fecal para os infectados com Clostridium difficile, uma bactéria que é altamente resistente a antibióticos.

Infecções de C. difficile resulta em diarreia grave, responsável pela hospitalização de 250.000 norte-americanos por ano e causadora de cerca de 14.000 mortes. A infecção pode permanecer, mesmo após o uso de antibióticos por muito tempo, tornando o problema excepcionalmente difícil de ser tratado. A microbiota do paciente é, praticamente dizimada, e probióticos convencionais não são suficientes para substituí-la.
O melhor tratamento para infecções por C. difficile é um transplante fecal, e sim, ele tem sido tradicionalmente tão horrível quanto parece. Os médicos têm contado com tubos altamente invasivos nasogástricos (tubos GN) ou colonoscopia para colocar a matéria fecal doada no intestino de seus pacientes infectados.
Por mais difícil que o processo possa ser, sua taxa é altamente bem sucedida. Um novo método usa cápsulas de matéria fecal congeladas, que descongelam no corpo e liberam o conteúdo no intestino delgado. A taxa de sucesso das cápsulas é comparável aos tratamentos tradicionais, cerca de 90%.

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Estas cápsulas fecais congeladas são obra da Open Biome. Eles coletam as amostras de fezes e as transformam em tratamentos prontos para ser administradas nos hospitais. A Open Biome paga aos doadores que estão comprometidos em fornecer múltiplas amostras por semana.
Embora todo mundo possa defecar, nem todo mundo é um candidato ideal. Em primeiro lugar, a Open Biome precisa de doadores que morem perto de seu laboratório, em Medford, Massachusetts, nos EUA. Os candidatos precisam preencher os requisitos de idade, IMC e de saúde, em uma pré-triagem de perguntas, além de disponibilizar amostras de sangue e fezes. As doações são então feitas, pelo menos, quatro vezes por semana, durante 60 dias, quando cada dador é reavaliado. Assim que a rodada de exames de sangue e de fezes são aprovadas, as amostras anteriores são convertidas em cápsulas e enviadas para pacientes de todo o país.
A taxa disponibilizada é de 40 dólares (R$ 119) por doação, com um adicional de 50 dólares (R$ 149) para quem doar cinco dias por semana. Isso resulta em 250 dólares (R$ 747) por semana ou 13 mil dólares (R$ 31.900) por ano.
A Open Biome tenta tornar a experiência a mais divertida possível, oferecendo prêmios aos doadores que fazem mais doações, ou a maior amostra.

Jornal Ciência



* Via Blog do BG

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