quinta-feira, 14 de maio de 2015

Operação Hipócrates põe fim a práticas de crimes contra a administração pública


O Ministério Público e a Polícia Civil deflagraram na manhã desta quinta-feira (14), a “Operação Hipócrates”, que tem como objetivo por fim a prática de crimes contra a administração pública e a ordem econômica, em decorrência da fixação abusiva de preços e do controle regionalizado do mercado de médicos por meio da Clineuro, empresa contratada pelo estado, através da Secretaria Estadual de Saúde, para prestar serviços de neurocirurgia.
Investigações apontaram que a Clineuro, por meio de seu diretor, Kurt Clésio Morais Figueiredo Mendonza, vinha, ao longo dos últimos anos, adotando práticas para monopolizar o mercado local de neurocirurgia, impondo condições excessivamente onerosas ao estado.
As investigações do Ministério Público a cerca do caso começaram ainda em 2009. No ano passado, o órgão também passou a contar com o apoio da Polícia Civil, que a partir de então, também iniciou uma averiguação.
De acordo com a promotora de justiça do patrimônio público, Kewany Silva, a empresa conta com cerca de 80% dos neurocirurgiões do estado. “No Rio Grande Norte há uma pequena quantidade de profissionais especializados em cirurgias neurológicas, e esta empresa conta com aproximadamente 20 funcionários, o que representa cerca de 80% dos neurocirurgiões do estado”, comentou.
“Ele articulava tudo, como o mercado de neurocirurgiões é restrito, os profissionais sofriam ameaças para fazer parte da empresa, que prestava serviço ao governo do estado cobrando valores impraticáveis”, afirmou Iara Pinheiro, coordenadora de saúde do estado.
Segundo as investigações, o diretor da Clineuro também se articulava para que a empresa não tivesse concorrência nas licitações para prestação de serviço ao governo do estado.
Além disso, Kurt Clésio também chegou a esvaziar um concurso público. “Sem condições de pagar o valor praticado pela empresa, o governo do estado lançou edital para convocar neurocirurgiões através de um concurso público, no entanto, estranhamente, ninguém apareceu. Ou seja, ele oferecia vantagens aos profissionais e chegava até a ameaçá-los, isso tudo para não perder o contrato firmado com a secretária de saúde”, disse a promotora Kewany Silva.
* No Minuto

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