terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Império de Casa Verde é campeã do Carnaval 2016 de São Paulo


* Uol - Com um enredo abstrato sobre os mistérios da vida, a Império de Casa Verde foi eleita a campeã do Carnaval 2016 de São Paulo. O resultado foi anunciado durante a apuração das notas, na tarde desta terça-feira (9). É o terceiro título da agremiação no Grupo Especial.

"Trabalho de um ano foi recompensado com esse título. É um trabalho muito forte de comunidade. Parabéns a vocês da Império", disse Jorge Freitas, carnavalesco ex-Rosas de Ouro, que estreou na Império neste Carnaval.
Até o final da leitura do quarto quesito, samba-enredo, a Mocidade Alegre era a única escola com apenas notas 10 de todos os jurados – a agremiação "gabaritou" também mestre-sala e porta-bandeira, enredo e alegoria. A Império de Casa Verde assumiu o topo da apuração na categoria bateria e se manteve em primeiro lugar até o final da leitura das notas.
Com as piores notas, X-9 e Pérola Negra foram rebaixadas para o Grupo de Acesso do Carnaval paulista.
Confusão na apuração
A apuração foi marcada por confusão, empurra-empurra e reclamações de integrantes das escolas, especialmente da Vila Maria, que teve um representante detido pela Polícia Civil. A confusão começou na leitura das notas de evolução, depois que um dos jurados deixou de dar nota à Império de Casa Verde, que acabou ficando com duas notas 10 no quesito.

Nova revolta ocorreu quando outro jurado, desta vez no quesito harmonia, deixou de atribuir nota à escola Dragões da Real no quesito. Foi quando policias tiveram de intervir e houve detenção de um integrante da Vila Maria. 
Nenhuma escola foi penalizada antes do início da leitura dos votos. O quesitofantasia foi definido como critério de desempate caso duas escolas de samba ficassem empatadas com o mesmo número de pontos ao final da apuração (veja o placar completo com todas as notas)

O desfile

A escola, escolhida pela grandiosidade de seus carros alegóricos, foi a segunda a desfilar na noite de sábado no Anhembi, com a missão de quebrar o jejum de dez anos sem títulos. O responsável por essa mudança foi o carnavalesco Jorge de Freitas, ex-Rosas de Ouro, que teve o desafio de fazer um desfile com a sua assinatura, mas sem perder a identidade luxuosa do "Tigre Guerreiro".

A combinação deu certo e a agremiação da zona norte de São Paulo apresentou alegorias e fantasias ainda mais suntuosas do que de costume, em um desfile tradicional, que apostou em muitas plumas, fantasias bem acabadas e volumosas, que deixaram as alas compactas e bem preenchidas.
A proposta do enredo era viajar por tudo aquilo que o homem busca explicação, como os mistérios da fé, da morte, de civilizações antigas ou míticas e da vida em outros planetas. A junção da "megalomania" da Império com o pendor para o luxo de Jorge de Freitas resultou também em carros gigantes, como o enorme abre-alas, dividido em três módulos, ladeado por tigres de grandes proporções e com fontes de água, representando a cidade mítica do Eldorado.
A segunda alegoria representava a fé, com predominância de cores que remetem à vida religiosa, como o dourado e o vinho. Na sequência, as alegorias chamadas pelo carnavalesco de nave-mãe traziam a Atlântida e o calendário Maia. A comissão de frente abriu o desfile com um integrante representando o criador do mundo, em meio a componentes divididos entre as trevas e a luz.
Jorge investiu pesado na aproximação com a comunidade para que a escola seja reconhecida também pela harmonia, evolução e entrega dos componentes na defesa do samba, e conseguiu entregar um desfile sem problemas nem correria, encerrado após 57 minutos dos 65 permitidos.
À frente da poderosa bateria, reinaram a rainha Valeska Reis (assistente de palco de Rodrigo Faro na Record) e a madrinha Lívia Andrade, atriz e musa de Silvio Santos no SBT, que usou lentes vermelhas, representando o anjo da morte.

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