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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Boca se impõe em Santiago, elimina La U e encara o Corinthians na final

Riquelme e José Rojas, Universidad de Chile x Boca Juniors (Foto: Agência AFP)

Riquelme ditou o ritmo do Boca Juniors, outra vez finalista da Libertadores (Foto: Agência AFP)
Mudança de postura chilena


Time argentino domina partida na capital chilena, fica no 0 a 0 e alcança sua décima decisão da Libertadores, igualando recorde do Penarol (URU)


  • Lance capital
    8 do 2º tempo
    Díaz cobrou falta por cima da barreira e carimbou o travessão de Orión. Um gol da La U naquele momento poderia esquentar o confronto na reta final.
  • Deu errado
    Toque de bola
    O estilo de jogar do Universidad de Chile, com bola de pé em pé, não foi posto em prática e sucumbiu à categoria e experiência do Boca Juniors.
  • nome do jogo
    O camisa 10
    Riquelme é elegante, refinado. Se a bola passa pelos seus pés, o perigo ao adversário é quase certo. Faltou a pontaria do atacante Mouche ajudar.
A tradição prevaleceu novamente. Pela décima vez em sua história, igualando a marca recorde do Peñarol (URU), o Boca Juniors (ARG) está na decisão da Taça Libertadores da América e será adversário do Corinthians, que debutará na final da competição. Depois de vencer por 2 a 0 em Buenos Aires, o clube argentino visitou o Universidad de Chile (CHI), nesta quinta-feira, no Estádio Nacional de Santiago, e segurou o empate por 0 a 0, resultado suficiente para a garantia de uma vaga na finalíssima.

Os dois jogos diante do Timão serão disputados nas próximas quartas-feiras. No dia 27, os clubes se enfrentam em La Bombonera, na Argentina. No dia 4 de julho, o Boca vem a São Paulo encarar o Corinthians no Pacaembu.

A necessidade de inverter a desvantagem de, no mínimo, dois gols fez com que o Universidad de Chile entrasse para o confronto bem distante da sua tranquilidade habitual. Característica marcante do time chileno, o toque de bola mal foi visto na etapa inicial. Isso pesou para o rendimento da equipe treinada por Jorge Sampaoli, que teve desempenho muito aquém do que vinha apresentando desde a temporada passada, quando foi campeã da Copa Sul-Americana.
Numa estratégia inteligente, a calejada equipe do Boca Juniors bloqueou bem as jogadas pelas laterais e explorou os contra-ataques, principalmente com os precisos lançamentos de Riquelme. Soberano em campo, o camisa 10 distribuia passes na medida para os atacantes Mouche e Santiago Silva, que revezavam na incrível tarefa de perder gols. Em um desses toques de classe, Riquelme iniciou a jogada e apareceu para concluir. Porém, o craque foi barrado pela lnda defesa de Herrera, que espalmou antes de a bola explodir no travessão.
Resignado com o domínio argentino, o Universidad de Chile só conseguiu assustar nos 45 minutos iniciais da maneira em que menos se esperava: a jogada aérea. Em um lance isolado, Rodríguez lançou pelo alto e Junior Fernandes subiu mais do que Schiavi para obrigar Orion a uma espetacular intervenção.

Para o tempo complementar, Sampaoli voltou com Ubilla na vaga de Castro. No entanto, a principal mudança do Universidad de Chile foi a postura da equipe. Mais ligada, La U buscou o gol desde o início. Logo no segundo minuto, Marino teve boa chance frente a frente com o arqueiro adversário, mas finalizou sem força. Instantes depois, Díaz acertou o travessão em cobrança de falta.

Enquanto isso, o Boca Juniors mantinha os contra-ataques como forma de atuar. Entretanto, numa clara falta de pontaria, Mouche desperdiçava uma chance atrás da outra. Assim sendo, a partida tornou-se um legítimo "toma lá, dá cá". Substituindo a técnica pela raça, a equipe chilena voltou a assustar em chute de longe de Díaz. Orión segurou as pontas outra vez.

Na reta final do duelo, a pressão chilena se transformou em afobação. Nem mesmo as duas alterações restantes surtiram efeito. Com esse panorama favorável, o Boca fazia bom uso da experiência de seus principais jogadores e deixava o tempo passar, com sabedoria.

Os chilenos ainda voltaram a acertar a trave com Ruidiáz, em mais uma evidência de que a noite era auriazul. O Boca comprovou a sua fama de time de chegada e fez por merecer o lugar na grande final. Será um excelente desafio para o Corinthians, que também tem uma equipe equilibrada e vencedora, mas que ainda segue atrás da afirmação continental.

Nos passos do Independiente
Com a classificação para a decisão e seis conquistas, o Boca Juniors terá a primeira oportunidade de se igualar ao Independiente, também da Argentina, que tem sete, e é o maior vencedor. O Universidad de Chile viu ruir o sonho de repetir o feito do rival Colo Colo, que em 1991 faturou a principal competição sul-americana pela única vez na história do futebol chileno. O Corinthians, por sua vez, garante um representante brasileiro na decisão pela oitava vez seguida, um fato inédito.

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