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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Polícia trabalha com hipótese de queima de arquivo em assassinato de primo de Bruno


A polícia não descarta que a morte de Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno, tenha sido uma queima de arquivo. O delegado Breno Pardini, que investiga o homicídio, informou que vai levantar a vida pregressa da vítima para descartar todas as hipóteses.

“Pelas características do crime e primeiros levantamentos, trata-se de uma execução. A gente sabe que Sérgio vem de um histórico de testemunha de um assassinato. Não podemos confirmar que se trata disso (queima de arquivo), mas nada está descartado”, afirmou o delegado.
As evidências de que o primo de Bruno tenha sido executado foram confirmadas à policia por testemunhas. Segundo o delegado, pessoas que estavam na rua disseram que um homem chegou em uma motocicleta e perseguiu Sérgio, que saía para trabalhar.
O suspeito atirou em direção à vítima, que correu, entrou em uma casa e se escondeu atrás de uma árvore. Conforme as testemunhas, o homem parou a moto próximo à residência, recarregou a arma - um revólver calibre 38 -, chegou a pegar um objeto que caiu no chão e depois deu vários tiros em Salles. Após o crime, ele fugiu.
Sérgio foi atingido por seis disparos, um deles acertou o nariz e outro o peito. Ele morreu na hora. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte. Breno Pardini informou que a autoria do crime ainda é desconhecida. A polícia vai refazer os últimos passos da vítima em busca de vestígios que podem levar ao assassino.
O advogado do goleiro Bruno Fernandes não acredita em queima de arquivo e afirma que Sérgio pode ter sido vítima da violência existente nas grandes cidades. “ Acho que esse caso foi à parte e não tem nada a ver com o processo. Aquela região (onde aconteceu o crime) é complicada e aquela juventude também. Então, vamos esperar a polícia apurar para ver qual foi a motivação do crime. Mas, é lamentável ver um rapaz tão jovem ter a vida ceifada desta forma”, disse o defensor Rui Caldas Pimenta. De acordo com ele, o goleiro já foi avisado sobre a morte do primo.
Já para o advogado José Arteiro Cavalcante Lima, que defende a família de Eliza Samudio, esse será o princípio de outras tragédias. “Eu entendo que o mais provável é que o crime esteja ligado ao processo mesmo. Acredito que vai morrer muita gente ainda, pois no processo ninguém está satisfeito um com outro”, diz Arteiro.
O medo de execuções de outras testemunhas do caso é compartilhado pelo advogado Ângelo Carbone, que defende Jaílson Alves de Oliveira, detento que trouxe à tona um suposto plano de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, de matar algumas autoridades ligadas às investigações sobre o sumiço de Eliza. Jaílson também contou detalhes da execução da modelo.
 
“Já entrei com um habeas corpus pedindo uma liminar para transferir meu cliente para o programa de proteção a testemunhas. Pois esse foi apenas o primeiro caso. O Sérgio mostrou como eles estavam administrando a Elisa no sitio na época do crime. Já o Jaílson narrou, após ouvir Bola, como foi a execução”, disse o defensor.

Sumiço de Eliza Samudio

Sérgio Rosa Sales respondia por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver de Eliza Samúdio, juntamente com o primo Bruno e Macarrão, que seguem presos. Sérgio ficou preso na Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte, por mais de um ano. Ele foi solto em 11 de agosto de 2011, por ter contribuído com as investigações.
Um dos primos de Sérgio diz que ele era tranquilo e estava trabalhando como pintor. Diariamente, pela manhã, ele costumava ir a uma padaria e seguia para o trabalho. Ainda conforme o parente, ele se apresentava mensalmente no Fórum para as audiências. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que, como estava em liberdade provisória, aguardando julgamento, Sérgio devia se apresentar todos os meses e estava em dia com as visitas.

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