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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Deputados votarão impeachment de Rosalba após levarem rasteira de Betinho

Na física, toda ação gera uma reação. Na política, a regra é exatamente a mesma. E no caso da “ação” do deputado federal Betinho Rosado (ex-DEM), tomando a presidência do PP do vereador de Natal Rafael Motta, a “reação” deverá ter como alvo a governadora Rosalba Ciarlini (DEM). Isso porque a atitude do parlamentar federal vai servir para acelerar o rompimento de boa parte da base aliada do Governo Estadual na Assembleia Legislativa, criando uma situação de instabilidade e pressão suficientes para colocar em votação em votação o pedido de impeachment da governadora – com grandes chances de que ela seja legalmente derrubada pela Casa Legislativa estadual.
Rosalba Ciarlini viu sua base aliada ficar ainda mais frágil com a atitude do cunhado, Betinho Rosado (Foto: Welllington Rocha)
Afinal, o desgaste que Rosalba Ciarlini vinha sofrendo nas últimas semanas, simbolizado principalmente com o rompimento do PMDB – que fez a gestora estadual perder quatro deputados de sua base aliada na Assembleia de uma só vez – foi agravado na última sexta-feira, quando Betinho Rosado, irmão de Carlos Augusto Rosado e cunhado de Rosalba, anunciou que se filiará ao PP e vai presidir o partido como forma de garantir que ele siga na base aliada do Governo e trabalhe na reeleição da chefe do Executivo Estadual em 2014.

Ora, o PP era presidido no RN por Rafael Motta, que é filho do presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta. O vereador de Natal, inclusive, já havia articulado a ida de Ricardo e dos deputados Raimundo Fernandes (ex-PMN) e Vivaldo Costa (PR) para a sigla, fortalecendo-a no Rio Grande do Norte. Porém, era bem provável que com vistas às eleições do próximo ano, o PP não ficasse com o DEM numa arriscada tentativa de reeleição da governadora. Consequentemente, todos aqueles que estavam de mudança para lá virassem oposição no próximo ano.
Então, o que Betinho Rosado fez ao tomar o partido de Rafael Motta e segurar, a força, o PP na base aliada de Rosalba se os parlamentares já pretendia romper no próximo ano? Ele acelerou o processo de rompimento. O que deveria ser “sentido” só no próximo ano, no período eleitoral, foi antecipado para este, pela necessidade de uma resposta automática à ação intransigente do parlamentar ex-DEM.
Ricardo Motta estaria estudando com o filho, Rafael, a ida para uma nova sigla, possivelmente o recém criado PS, do deputado Paulinho da Força (Foto: Alberto Leandro)
Entretanto, ressalta-se que a colocação do pedido de impeachment em votação não significa uma “vingança” de Ricardo Motta e dos demais parlamentares derrubados pela rasteira de Betinho, mas sim o simples resultado de uma nova conjuntura política que se forma: o crescimento da oposição na Assembleia, maior pressão para a votação de matérias contra o Governo e, consequentemente, discussão da derrubada de Rosalba ainda no terceiro ano de mandato.
Até porque, antes disso, a Assembleia já vivia um momento nada favorável para o Governo, com o rompimento do PMDB, os cortes do duodécimo e o engavetamento das emendas parlamentares. Ricardo Motta, por sinal, era um dos únicos pilares de sustentação política da governadora. Com ele mudando de lado, forçado pelas circunstâncias, não seria possível evitar a votação do impeachment, que representaria ainda mais desgaste no terceiro e, possivelmente, pior ano no aspecto político da administração Rosalba.
Impeachment
Atualmente, são dois os pedidos de impeachment levantados na Assembleia. O primeiro foi do deputado Fernando Mineiro, ainda em agosto, baseado em possível prática de improbidade administrativa por causa da falta de repasses para a Educação, e descumprimento judicial em relação à categoria dos professores. O segundo, do deputado Nélter Queiroz, foi comentado essa semana por ele e se basearia no fato do chefe do Gabinete Civil (Carlos Augusto Rosado) ter “destratado” servidores e parlamentares estaduais durante as negociações com categorias em greve, como a dos policiais civis.
Nova sigla
Enquanto isso, os deputados Ricardo Motta e Raimundo Fernandes (além de Vivaldo Costa, que espera a desfiliação do PR) estão estudando a ida para outro partido e não mais o PP. Como precisarão levar o vereador de Natal Rafael Motta, eles precisarão de uma nova sigla, pois isso permitiria a mudança partidária sem risco de perda de mandato. Dessa forma, um dos caminhos cogitados por eles seria o PS, que teve a criação aprovada na semana passada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A sigla deverá ser liderada nacionalmente pelo deputado federal Paulinho da Força.
* Reprodução Márcio Melo via Portal No Ar

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