Há oito meses a Liga Contra o Câncer não recebe os repasses públicos para a realização de procedimentos de PET-CT um exame de detecção de tumores,
além da realização de cirurgias urológicas percutâneas.
Os valores, que hoje representam cerca de R$ 1,2 milhão, deveriam ser repassados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) para o acesso público via Sistema Único de Saúde (SUS).
Com esse problema, ficou insustentável manter o atendimento via SUS, de acordo com o superintendente adjunto da Liga, o oncologista Roberto Sales. Assim, desde setembro de 2013 a instituição não atende gratuitamente.
Hoje o resultado da suspensão da prestação do serviço é uma fila de espera de 130, de acordo com a Central de Regulação da própria Sesap. Segundo a Superintendência da Liga, somente os valores devidos pelo Governo Estadual para a realização de exames PET-CT ou PET-Scan correspondem a R$ 450 mil. As cirurgias percutâneas servem para a retirada de cálculos renais e representam R$ 750 mil da dívida.
Roberto Sales, explica que sem o repasse não há como manter o serviço. “Não tínhamos como continuar bancando, a Liga sobrevive do que produz, então se produzimos e não recebemos, fica difícil. É desconfortável para nós: ou recebemos ou a Liga para”, justificou.
Para pagar fornecedores e funcionários, Sales revela que a Liga acumulou uma dívida de R$ 5 milhões por empréstimos junto à Unicred. Além dos convênios, a entidade conta com doações feitas pelo número 4009-5578, numa parceria com a Cosern. Mas esses mecanismos não chegam perto da arrecadação adquirida via SUS. Para se ter uma ideia, as doações representam cerca de 3% do rendimento, enquanto que os repasses da Sesap e também da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o percentual chega a 70%.
Sem os dois serviços, mantém-se o atendimento do SUS para a alta-complexidade, que corresponde à radioterapia e quimioterapia. Respectivamente, os procedimentos possuem mensalmente uma demanda de 700 e 3 mil pacientes. As cirurgias são 900 por mês, porém, a média mensal é de 500 novos pacientes. Ao todo, a Liga tem 39 mil procedimentos a cada mês. Para tudo isso, a instituição possui um quadro de 1,4 mil funcionários, sendo 600 médicos.
Reprodução Márcio Melo via Cidade News Itaú/Marcos Antonio/Serrinha de Fato
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