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terça-feira, 29 de abril de 2014

Aluna de 10 anos diz que foi enforcada por professora dentro de escola em Minas Gerais

A família de uma criança de 10 anos acusa uma professora de Nova Resende, no Sul de Minas, de ter enforcado a aluna durante uma aula. A situação virou caso de polícia e um inquérito será aberto nesta terça-feira (29). A educadora confirmou para a diretoria da escola que chegou a puxar o capuz da blusa da garota, mas não tinha a intenção de agredí-la. Ela pediu demissão.

Na versão da família, após a agressão, na última sexta-feira (25), a menina fugiu da escola e foi direto para casa. "Estava lavando roupa quando ela chegou e percebi as marcas em seu pescoço. Perguntei o que tinha acontecido e minha filha contou a história", disse a mãe da estudante, Roseli de Lima, de 33 anos.
A garota afirmou que pediu ajuda da professora para fazer um execício, mas ela teria se negado. Por não ter ajuda, ela começou a picar papéis e, ao levantar para ir até a lixeira, foi segurada pela blusa. Ainda de acordo com a menina, ela chegou a cair no chão. Em seguida, levantou-se, foi até a mesa da educadora, jogou todo o material dela no chão e fugiu.
Roseli contou que a filha e a docente tiveram problemas outras vezes. "A minha menina gosta de andar pelo pátio e conversar com os amigos. Não gosta de ficar parada dentro de sala de aula. Por esse motivo, a professora sempre chamava a atenção dela, mas nunca a agrediu", disse a dona de casa.
Ao saber do caso, a lavradora mandou que a filha fosse, sozinha, procurar o Conselho Tutelar da cidade, mas, como era horário de almoço, ninguém foi encontrado. Depois disso, a criança retornou à Escola Municipal Doutor Melo Viana com a tia e a avó.
"Minha cunhada disse que ela (a educadora) se recusou a entregar a mochila da minha filha e, por esse motivo, ela partiu para cima da professora, pegou a bolsa e foi para o hospital", contou a lavradora.
Nesse momento, o Conselho Tutelar já havia sido acionado e também foi até a unidade de saúde. A menina foi atendida no Hospital Santa Rita e, segundo a conselheira tutelar Marina Galdino Resende, o laudo médico apontou sinais de enforcamento.
"Estamos acompanhando o caso. É  a versão de uma contra a outra. Registramos uma boletim de ocorrência na delegacia da cidade. Vamos fazer um relatório e encaminhar ao promotor de Nova Resende", disse Marina.
Além disso, o conselho disponibilizou atendimento psicológico para a aluna. "Acompanhamos a família dela há muito tempo. A menina não se adapta à escola e já fugiu várias vezes de lá", disse a profissional.
A direção da escola tomou conhecimento do caso quando a família foi procurar a instituição e disse que um processo administrativo foi aberto. "No horário de aula, a aluna não reclamou. Tivemos conhecimento da história quando a família apareceu", afirmou a diretora Solange Oliveira Silva.
Segundo ela, a professora trabalhou no local por cerca de cinco anos e a diretoria nunca recebeu nenhuma reclamação. "Ela sempre foi muito dedicada e comprometida com o trabalho. É uma boa profissional", contou Solange.
Além disso, a escola que funciona há 89 anos e atende, aproximadamente 945 alunos de 6 a 10 anos, nunca registrou conflitos entre estudantes e professores. No mesmo dia da confusão, a professora, que trabalha como supervisora em outra escola, pediu demissão. "Ela ficou com medo da família da menina, mas, se não tivesse pedido demissão, a educadora teria sido afastada", contou a diretora.
Conforme Solange, a Secretaria de Educação e a Prefeitura de Nova Resende estão cientes do caso. Nesta terça, as partes envolvidas na suposta agressão devem ser ouvidas na Delegacia de Polícia Civil.
A reportagem de O TEMPO tentou contato com a professora acusada do enforcamento, mas ela não atendeu às ligações.
Fonte: Uol/O Tempo

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