Bol - O professor de História André Luiz Ribeiro, de 27 anos, foi espancado por moradores do bairro Balneário São José, em São Paulo, após ser confundido com um ladrão. Ele foi colocado de barriga para baixo na rua e teve braços e pernas amarrados. Com a chegada dos bombeiros, André voltou a dizer que era professor e ouviu de um deles: "Se você é professor de História, então dá uma aula sobre Revolução Francesa". De acordo com informações do jornal O Globo, ao improvisar sobre o conteúdo, André se livrou do linchamento, mas, mesmo assim foi levado à delegacia. Os bombeiros que prestaram socorro informaram que não houve "desrespeito ou deboche".
André contou que estava correndo na última quarta-feira (25), quando um bar foi assaltado. "Eu corro dez quilômetros todos os dias, estava de fone de ouvido, sem identificação porque moro por perto, e fui confundido com um dos três assaltantes. O dono do bar e o filho dele me acorrentaram. Umas 20 pessoas me cercaram e começaram a me bater. Acorrentaram meus braços e pernas e me colocaram de barriga para baixo na rua."
Ribeiro relatou que foram os bombeiros que salvaram a vida dele pois enquanto ele dava a aula sobre a Revolução Francesa para provar que era professor, ouviu o proprietário do bar dizer que ia buscar um facão. Em seguida, o professor foi levado ao pronto-socorro pela Polícia Militar, que depois o encaminhou para o 101º Distrito Policial (Jardim das Imbuias), onde ficou preso até sexta-feira (27).
Djalma dos Santos, 70 anos, proprietário do bar assaltado, negou que tenha espancado o professor. Questionado se tinha certeza de que Ribeiro era um dos assaltantes, ele desconversou.
O advogado de Ribeiro, Cláudio Reimberg, informou que vai registrar a ocorrência de lesão corporal e tentativa de homicídio.
Segundo nota da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o delegado André Antiqueira, titular do 101º DP, "se coloca à disposição para ouvir em depoimento quem tenha novas informações para acrescentar à investigação", já que os criminosos que participaram do crime ainda não foram presos.
"O professor foi preso em flagrante em cumprimento do artigo 302 do Código Penal, já que a vitima o reconheceu como um dos participantes do roubo ao estabelecimento comercial em duas oportunidades. A Justiça concedeu liberdade provisória ao acusado", diz o comunicado da SSP.
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