terça-feira, 26 de agosto de 2014

Proposta de partido dinamarquês classifica brasileiros como de "segunda classe" e dificulta imigração


* R7 - A proposta do partido de oposição dinamarquês Venstre para tratar imigrantes de formas diferentes a partir do país de origem provocou a ira de cidadãos brasileiros.
De acordo com o jornal dinamarquês The Local, o Brasil não foi incluído na lista de preferências, o que causou desgosto para a Embaixada Brasileira.

Na proposta do Venstre, os moradores de países considerados mais importantes precisam encontrar um emprego que dê uma renda de cerca de R$ 78 mil (US$ 39 mil) por ano, enquanto os imigrantes de países considerados como "segunda classe", precisam de um salário anual de cerca de R$ 140 mil (US$ 72 mil), o que dificulta ainda mais a permanência no país. 
O funcionário brasileiro na Embaixada na Dinamarca, Rafael de Mello Vidal, enviou uma carta ao político do Venstre, Søren Pind, questionando o "tratamento de segunda classe" oferecido aos brasileiros e afirmando, de acordo com o jornal Berlingske, que Pind não entende o Brasil moderno.
"Sem me estender muito sobre a nação brasileira, da qual você parece saber pouco, exceto pelas imagens que mostram uma minoria vivendo em condições precárias, quero dizer que não temos informações sobre brasileiros imigrantes com comportamentos duvidosos ao serem admitidos em uma terra estrangeira, onde escolheram viver", disse Vidal. 
No documento, ele ainda ressalta que o Brasil tem a sexta maior economia do mundo e que apenas dez dos seus 200 milhões de habitantes vivem na pobreza.
De acordo com o The Local, a lista utilizada pelo Venstre é baseada no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU, que segundo Vidal, é um padrão muito vago. 
— Sem tentar ensiná-lo, Pind, nem ao Venstre, sobre como desenvolver uma política nacional de imigração, a minha primeira observação é que o IDH é um índice muito relativo e definitivamente não é uma ferramenta confiável para o desenvolvimento de uma política nacional de imigrantes.
Vidal ainda afirmou, de acordo com o Berlingske, que cerca de três mil brasileiros vivem na Dinamarca e que eles estão trabalhando ou estudando e que se casaram no país. Disse ainda que nenhum está desempregado, teve problemas com a polícia ou entrou no país de forma ilegal. 
O Venstre prioriza a imigração de cidadãos da União Europeia e dos países nórdicos. Mesmo depois de os jornais dinamarqueses divulgarem a carta de Vidal, o partido mantinha a lista. 
O porta-voz do partido, Jan Jørgensen, disse na rádio Danmarks, que não há nada que seja cem por cento perfeito no mundo. "Quando há uma lista de países, sempre existirão alguns que ficam de lado. Infelizmente, isso é um pouco estranho". 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.