quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Corpos de seis mortos chacina em Belém são liberados pelo IML

CPC Renato Chaves (Foto: Jessica Gatti / G1)
CPC Renato Chaves liberou seis corpos de vítimas de chacina após reconhecimento de familiares (Foto: Jessica Gatti / G1)

* G1 - Os corpos de seis pessoas dentre nove que morreram durante uma chacina na madrugada desta quarta-feira (5), em Belém, foram liberados nesta tarde pelo Instituto Médico Legal após reconhecimento de familiares. Cinco deles foram reconhecidos ainda pela manhã. Os assassinatos teriam ocorrido após a morte do cabo da Polícia Militar Antônio Marcos da Silva Figueiredo, 43, ser morto a tiros perto da rua onde morava, no Guamá. O corpo dele está entre os liberados para velório.

Eduardo Galucio Chaves, 16 anos, Bruno Barroso Gemaque e Alex dos Santos Viana, ambos com 20 anos, Nadson da Costa Araújo e Jean Oscar Ferro dos Santos, que não tiveram idades divulgadas, foram reconhecidos durante a manhã desta quarta e também liberados.
Outras vítimas
O corpo de uma das vítimas, Jefferson Cabral dos Reis, de 27 anos, passa por reconhecimento no prédio do IML. Familiares informaram que o velório da vítima será realizado em uma capela funerária particular no bairro do Guamá, e o enterro em um cemitério na região metropolitana. A família do jovem afirmou que ele trabalhava em uma loja de motos que funcionava dentro de um supermercado da capital.

"Ele era um rapaz brincalhão, trabalhador, gostava de festa, mas nunca soubemos de envolvimento com drogas", disse João, tio da vítima. "Ele foi na casa da namorada, no bairro do Jurunas, mesmo depois de nós avisarmos que não era para ele ir porque estavam falando dos riscos de morte nas redes sociais. Ele sabia o que podia acontecer, mas ele foi mesmo assim, porque ele é teimoso", disse o irmão da vítima, Anderson Marques. "Não sabemos quantos tiros ele levou, mas testemunhas disseram que eram pessoas de moto encapuzadas e tinha um carro também. Os homens teriam chegado atirando desde longe", acrescentou o tio de Jefferson.
Segundo Iran Rodrigues, irmão de Márcio dos Santos Rodrigues, jovem de 22 anos que ainda não teve o corpo identificado, vizinhos testemunharam o momento em que a vítima foi morta, e relataram para ele como tudo aconteceu. "Ele foi baleado na rua de casa, no bairro do Tapanã. Pegaram ele em uma festa, algum lugar que ele estava, umas duas horas da manhã. Eram quatro homens vestidos de preto em duas motos", disse.
De acordo com Iran, Márcio não tinha envolvimento com qualquer atividade ilegal. "Ele não tem antecedente criminal, era trabalhador, um rapaz novo. Não sei explicar porque a morte dele", desabafa. Ele relata, ainda, que após a morte do irmão a família está bastante preocupada com a segurança no bairro. "todo mundo está em pânico em casa".
Outras duas vítimas aguardam familiares fazerem o reconhecimento do corpo para serem liberadas. A família de Marcos Murilo Ferreira Barbosa, 20 anos, realiza o reconhecimento do corpo neste momento.
 Redes sociais
Após a morte do PM, começaram a circular informações nas redes sociais de que estaria ocorrendo uma chacina nos bairros periféricos da cidade, e que dezenas de pessoas já haviam sido mortas. Diversos vídeos e áudios de supostos tiros sendo disparados estão sendo publicados na internet e compartilhados entre moradores de Belém. Uma mensagem de voz chegou a ser compartilhada por meio do aplicativo WhatsApp em que uma pessoa pedia para que moradores do bairro Guamá não saíssem de casa porque um policial havia sido morto e eles iriam fazer uma "limpeza" na área.

A Secretaria de Segurança Pública informou que as informações que circulam nas redes sociais não são verdadeiras, inclusive foram usadas fotos de mortos da boate Kiss dizendo que eram da "chacina" em Belém.
Pânico
O promotor da Justiça Militar Armando Brasil pediu que a população de Belém não se deixasse influenciar por informações exageradas compartilhadas em redes sociais. "A população não deve entrar em pânico. Há muitas pessoas se aproveitando da situação e espalhando boatos pela internet, tentando criar uma situação de caos. São vídeos, áudios e fotos que não têm relação com os fatos ocorridos ontem e que estão sendo forjados para disseminar o pânico", disse Brasil.

Execução
O secretário de Segurança Pública informou ainda que todas as vítimas são homens e, pelo menos, seis têm características de execução. Na entrevista à imprensa, o secretário confirmou que não houve confronto com a polícia e nem mortes durante a operação para localizar os assassinos do PM.

Investigações da polícia revelaram que os assassinos chegaram de moto e com capacete na execução da maioria das pessoas. A Corregedoria da Polícia Militar disse que não descarta e nem confirma a participação de membros da PM nesses crimes.
O Comandante Geral, coronel Daniel Mendes, acionou o gabinete interinstitucional de segurança pública para monitoramento e controle da situação.

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