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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Após vídeo, pastor é investigado por arrastar cão até a morte no MA

Reprodução

* Bol - A Polícia Civil do Maranhão está em fase final de investigação de um caso de violência contra um cachorro que causou revolta dos defensores de direitos dos animais.
No último domingo (22), em São Mateus do Maranhão (191 km de São Luís), duas pessoas usaram uma mota e arrastaram o animal, amarrado a uma corda, até a sua morte. A cena foi filmada por uma testemunha e teve grande repercussão nas redes sociais.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Marcos Amorim, as duas pessoas que aparecem nas imagens já foram identificadas, prestaram depoimento e reconheceram o crime.
Amorim disse que um dos acusados é pastor da Assembleia de Deus na cidade, com primeiro nome de Petrucio; enquanto outro é o do filho dele, de 18 anos.
"Eles já foram ouvidos e disseram que o cachorro estaria agonizando, com raiva e poderia morder as pessoas. A ideia era tirar de perto da casa dele. Só que, se ele quisesse fazer isso, teria de usar outros meios, não aquele", disse.
As investigações mostraram que o cachorro foi arrastado por cerca de 300 metros, entre a rua onde moram os suspeitos e a BR-135, onde o animal foi deixado sem vida.
Para concluir o TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), o delegado afirmou que deve apenas ouvir mais duas testemunhas e enviar o documento final relatando o caso à Justiça.
"Esse crime está previsto como de menor potencial ofensivo, não há inquérito. É feito esse TCO, que é remetido à Justiça. Os responsáveis foram liberados e assinaram um termo garantindo que vai comparecer aos atos processuais", explicou.
Os dois suspeitos devem ser enquadrados na lei 9.605/98, que prevê, no artigo 32, pena de três meses a um ano de prisão para quem "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais". A pena pode ser aumentada em até um terço caso a violência resulte em morte.
UOL procurou o pastor e seu filho, mas seus telefones estavam desligados ou fora de área nesta sexta-feira (27). Os dois mantinham páginas pessoas no Facebook, mas desativaram esta semana após a repercussão do caso.
A reportagem também não conseguiu contato com responsáveis pela igreja Assembleia de Deus de São Mateus do Maranhão.
"Ele está isolado, sentindo peso na consequência. Vai ser difícil convencer ele a falar, pois ele já está sentindo o linchamento moral. Foi uma atitude impensada, que vai gerar pra ele muito maior social moral e que criminal. Soube até que ele está afastado na igreja", disse o delegado.

Revolta de entidades

O fato causou revolta nas entidades de defesa dos animais do Maranhão, que cobraram punição. Muitos citaram os gritos de dor do animal, que podem ser ouvidos na gravação divulgada na Internet.
"O pastor [e o filho] são temidos na região por serem violentos e estão ameaçando as pessoas que filmaram e demais testemunhas. Eles precisam pagar de alguma forma!!! Nem que seja para ficarem conhecidos só nas redes sociais e televisão", relatou uma integrante de movimento de defesa dos animais na internet.
Em outras páginas, fotos dos dois foram divulgadas cobrando punição. Outra postagem divulgou dados pessoais dos suspeitos.

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