Às vésperas da votação no Senado que pode levar a seu afastamento por até 180 dias, a presidente Dilma Rousseff tem acenado com medidas “de última hora” a indígenas e pequenos agricultores, além de tentativas de expandir o programa Mais Médicos e reajustar o Bolsa Família.
Para o brasilianista Matthew Taylor, professor da American University e membro dothink tank Council on Foreign Relations, baseado em Washington, as iniciativas chegam “tarde demais” para surtirem efeito imediato, e miram muito mais uma potencial candidatura do PT em 2018 e o legado pessoal da presidente.
Em entrevista à BBC Brasil, Taylor indicou que as ações de Dilma chegam após amplas concessões dos governos do PT ao que classifica como a bancada “BBB” (Bíblia, Bala e Boi) – que a abandonou e votou em massa a favor do impeachment – e visam reparar, a longo prazo, a imagem de Dilma e do Partido dos Trabalhadores.
No entanto, o especialista acredita ser muito difícil que a presidente consiga “apagar sua história como a ‘gerentona do PAC’ e a pessoa que pressionou para a construção da hidrelétrica de Belo Monte com muita força e a contragosto de muitos grupos da esquerda tradicional no Brasil”.
BBC
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