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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Procurado Pela Interpol É Preso em João Dias, RN


A prisão aconteceu no final de semana, mas só agora a Polícia Civil conseguiu confirmar uma informação importante sobre o resultado da operação realizada contra o tráfico de drogas na cidade de João Dias, no Oeste potiguar. Um dos presos era procurado há 7 anos pela Interpol, a Polícia Internacional.

Segundo o delegado Erick Gomes, da Delegacia de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DEICOR), o paraibano Carlos André Freire da Silva, de 45 anos, é condenado por associação criminosa e tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, com recurso já julgado e tramitado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. “O esquema dele é a importação de drogas, que vem da Bolívia, Peru e Paraguai”, revelou o delegado.

A real identidade de Carlos André só veio à tona agora, após a constatação, junto à Coordenadoria de Identificação do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), de que o nome que ele apresentou à polícia ao ser preso era falso.

Vereador preso e quatro filhos procurados

Ainda de acordo com o delegado Erick Gomes, o condenado é casado com uma das filhas do vereador Laete Jácome de Oliveira, de 64 anos, que tenta a reeleição pelo Partido Progressista (PP), e que foi preso durante a operação realizada pela DEICOR no domingo passado em João Dias.

Na ocasião, além do vereador, foram presas mais seis pessoas: Damião Luiz da Silva, de 43 anos; Davi dos Santos Chaves, de 25; Rian Costa Bruno, 32; Israel Nascimento da Silva, 24; e Francisco de Assis da Silva, conhecido como “Chico”, de 47 anos.

Na casa de Laete ainda foram apreendidos a quantia de R$ 15.535, dois rifles calibre 38 com 103 munições do mesmo calibre, duas espingardas calibre 12 com 100 munições do mesmo calibre e três pistolas calibre 380 com 80 munições.

Filhos

Quando esteve em João Dias, a DEICOR não cumpriu todos os mandados que tinha em mãos. Quatro alvos, todos filhos do vereador Laete Jácome, não foram localizados e continuam sendo procurados.

São eles: Francisco Deusamor Jácome de Oliveira, de 37 anos, Samuel Jácome de Oliveira, 40, José Romeu Jácome de Oliveira, 34, e Leidjan Jácome de Oliveira, 36. Todos possuem mandados de prisão em aberto.

Tráfico internacional de drogas

Carlos André, Deusamor Jácome, Samuel Jácome e Romeu Jácome chegaram a ser denunciados pelo Ministério Público Federal em fevereiro deste ano, apontados como participantes de uma quadrilha que se associou para transportar drogas do Paraguai para distribuição no Rio Grande do Norte.

Segundo o MPF, a droga entrava no Brasil pelo município de Foz de Iguaçu (PR), chegando ao estado de São Paulo, onde era remetida para o RN.

Ainda de acordo com a denúncia, o bando detinha ramificações em cada uma das localidades, o que levou a formação de subgrupos. A droga chegava ao território potiguar, na grande maioria das vezes, por via terrestre.

No decorrer das investigações vários membros da quadrilha chegaram a ser presos em flagrante, graças ao monitoramento telefônico, autorizado por medida judicial. As escutas telefônicas revelaram não só a existência de outros envolvidos, mas também trouxeram subsídios para o conhecimento da logística de atuação e descoberta de remessas de drogas.

Os procuradores da República integrantes do Núcleo de Combate à Corrupção que assinam a denúncia apontam como principais provas da materialidade e autoria dos crimes, a gravação dos diálogos mantidos entre os denunciados e dos laudos que comprovam as substâncias entorpecentes, além dos extratos bancários dos acusados e de alguns “laranjas”.

A pena para o tráfico de drogas varia de cinco a 15 anos de reclusão. Já a associação para o tráfico, tem punição que vai de 3 a 10 anos. As penas podem ser aumentadas de um sexto a dois terços em razão da transnacionalidade do delito.

Casa metralhada

No dia 8 de agosto, policiais militares prenderam um homem e uma mulher suspeitos de envolvimento em um atentado contra a residência do vereador Laete Jácome, em João Dias.

O imóvel havia sido metralhado dias antes por um grupo de pelo menos 20 pessoas. O vereador e sua família não estavam em casa. Testemunhas disseram que dois carros pararam em frente à residência e homens fortemente armados começaram a atirar.

Segundo a PM, foram tantos tiros que não foi possível contar a munição deflagrada. Foram encontradas no local munição deflagrada de pistola e fuzil.


Agora RN

A Polícia Civil ainda investiga a relação das pessoas presas pelo ataque com o envolvimento do vereador e seus familiares com o tráfico de drogas.

Fonte: Passando na Hora

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