A Polícia Federal deflagrou, nesta segunda-feira (3), a Operação Tempestade, que tem como objetivo desarticular o núcleo financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável pela lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e da corrupção. Mandados judiciais são cumpridos em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília.
Trata-se da segunda fase da Operação Rei do Crime, que teve como alvo o braço financeiro que opera em favor do PCC. Por meio da ação, deflagrada em setembro do ano passado, foram interditadas pelo menos 70 empresas e bloqueadas, com autorização da Justiça, contas bancárias, cujos valores superam R$ 730 milhões.
Segundo a Polícia Federal, o núcleo investigado nesta nova etapa é responsável pela lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e da corrupção. Ao longo da apuração, que durou aproximadamente um ano, foram identificados alvos antigos de ações como a Operação Navalha, Prato Feito e Zelotes.
Segundo informações fornecidas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o grupo investigado fez operações financeiras atípicas superior a R$ 700 milhões.
De acordo com a PF, o núcleo financeiro identificado atuava em benefício de facção criminosa e atualmente desenvolvia atividades voltadas à lavagem de dinheiro do tráfico e da corrupção, tendo como modus operandi a entrega física de valores a suspeitos de práticas ilícitas, que eram os beneficiários dos saques em espécies.
Cortina de fumaça
A investigação apontou, ainda, um esquema de abertura de empresas fictícias, que eram utilizadas como “cortina de fumaça” para a realização de depósitos de valores em uma instituição financeira de fachada, cujo papel no esquema era providenciar os saques dos valores e posterior entrega, em espécie, a terceiros com indícios de envolvimento em atividades ilícitas.
Além do sequestro patrimonial e bloqueio de valores, serão cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, interdição judicial de seis empresas, 22 mandados de busca e apreensão distribuídos entre São Paulo, Tietê, Guarujá, Rio de Janeiro e Brasília, além da interdição de atividade de um contador.
As buscas são cumpridas em residências, empresas e dois escritórios de advocacia. A investigação tramita na 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
A PF contou com a delação premiada do piloto de helicóptero que transportou Rogério Jeremias de Simone, conhecido como Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, vulgo Paca, para uma emboscada que acabou resultando na morte dos dois em Fortaleza, em 2018.
* Robson Pires via Metrópoles
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