A apuração das urnas no último domingo (30) mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi mais votado do que Jair Bolsonaro (PL) em todas as 100 cidades brasileiras com maior número proporcional de beneficiários do Auxílio Brasil.
Na apuração geral do segundo turno das eleições, Lula venceu com 50,9% dos votos válidos; Bolsonaro ficou com 49,1%. A liderança do petista também ficou representada entre os recebedores do auxílio.
As cem cidades que mais recebem o benefício somam mais de 868 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E 28 a cada 100 pessoas nestes municípios recebem Auxílio Brasil.
Severiano Melo (RN) é a cidade que tem o maior número proporcional de beneficiários: 64% de sua população. Ali, Lula recebeu quatro vezes mais votos que Bolsonaro – 81,29% (4.352 votos) contra 18,71% (1.002).
Em todo o território nacional, 8% da população recebe o benefício. Este índice, divulgado pelo governo federal, diz respeito apenas àqueles que estão cadastrados para o recebimento do benefício, e não a todo o núcleo familiar dos beneficiados.
Doutor em ciência política pela Universidade Federal do Paraná, Bruno Bolognesi explica que o formato do Auxílio Brasil não se mostrou eficaz em criar uma “relação de lealdade” entre Bolsonaro e os beneficiários do programa.
“Esse laço de lealdade é construído a longo prazo. É construído com uma política pública conjunta. A diferença entre o Auxílio Brasil e o Bolsa Família é o conjunto da coisa”, diz ele.
O Auxílio Brasil substituiu o antigo Bolsa Família como programa de renda voltada à população mais pobre e vulnerável do país. Inicialmente, o valor era de R$ 400. Em agosto deste ano o benefício passou a ser de R$ 600.
Fonte: CNN
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