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sábado, 19 de junho de 2021

“Me referi à sobra limpa, não a resto no prato”, diz Guedes ao justificar declaração sobre desperdício de comida no Brasil

 

Em reação a repercussões negativas na imprensa e nas redes sociais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a comentar neste sábado o desperdício de comida no Brasil e sua relação com a fome dos “mais vulneráveis”, tema tratado em evento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) na quinta-feira. O posicionamento veio por meio de nota da assessoria de imprensa, divulgada no Twitter.

No evento da Abras, Guedes comentou como os pratos dos europeus, que passaram por duas grandes guerras, são pequenos. Já no Brasil existe um enorme desperdício de alimentos pelas classes mais altas. Ele disse acreditar que a comida que sobra nos restaurantes estaria mais bem aproveitada se distribuída às pessoas em situação de fome.

Hoje, o Ministério da Economia ressaltou que Guedes apenas se referia à “destinação do excedente de comida dos restaurantes” e “lamentou profundamente” a repercussão das declarações.

“Eu me referi à ‘sobra limpa’ que significa, justamente, não os restos no prato, mas panelas de alimentos preparados e não consumidas de arroz, feijão, frango, por exemplo, que em condições de higiene, temperatura e condicionamento, possam manter a qualidade do alimento”, afirmou o ministro. E questionou: “Por que não utilizarmos disso para pessoas que precisam e queiram. Por que não pensarmos em polos que mantenham a qualidade da comida para consumo imediato?”.

Guedes, segundo a nota, propõe que a fome seja tratada no “contexto de pandemia” e sejam buscadas “formas de evitar o desperdício com atendimento às leis de vigilância sanitária”.

“Muito desconhecimento quanto a um conceito básico de segurança alimentar. Apenas em um contexto de total polarização política, expressar ideias de combate ao desperdício e auxílio aos mais necessitados seja motivo de ironia na imprensa e entre políticos, os quais deveriam discutir de forma propositiva saídas para este momento triste da história mundial”, disse o ministro. Ele pregou “seria a hora das pessoas se unirem para encontrar soluções sustentáveis, produtivas e humanas” na atual pandemia.


Valor Investe

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