Um médico e um paciente foram parar na Central de Flagrantes da Polícia Civil em Natal, na noite de terça-feira (5), após troca de agressões na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do conjunto Cidade Satélite, na Zona Sul da capital potiguar.
O paciente disse que foi agredido. Já o profissional de saúde alegou que precisou conter o homem, que estava alterado e o agrediu. O caso teria acontecido após o paciente reclamar, por esperar mais de seis horas pelo atendimento.
O paciente contou que chegou às 14h com febre, tosse e sintomas gripais e teve uma discussão com o médico e com a equipe da unidade de saúde ao procurar saber o motivo da demora.
"Como, direito eu fui saber porque estava demorando, porque tinha muita gente passando na minha frente, e perguntei por minha ficha que estava na mesa, que eu tinha deixado lá. Se reuniram, foram procurar minha ficha e acharam já, numa situação, como se eu saísse de lá só amanhã. Reclamei, porque eu não estava sendo atendido e porque minha ficha estava sendo passada. E fui muito educado", declarou o homem, que pediu para não ser identificado.
Ainda de acordo com o paciente, uma servidora disse que ele era o próximo da fila, mas o médico disse que não. "Eu disse: se tiver passando pessoas idosas, prioridade, pode continuar com o atendimento. Mas não tinha", argumentou.
O homem ainda alegou que ficou na porta do consultório, para ser atendido, depois que a atendente afirmou que ele era o próximo.
"Ele soltou a prancheta lá dentro e veio na minha direção. O médico bateu nos meus peitos com as duas mãos. Cai por cima de pessoas que estavam sentadas esperando atendimento lado de fora e por cima de uma paciente que tinha acabado de chegar com o Samu. Ele me pegou pelo pescoço, me estrangulou de frente, me pegou de frente e tirou meus pés do chão", relatou.
Na delegacia, o homem mostrou o pescoço ferido ao delegado de plantão.
O secretário de Saúde de Natal, George Antunes, e a secretária adjunta, Rayane Araújo, foram à delegacia conversar com o médico e com o delegado de plantão. Na saída do local, o secretário contou a versão que ouviu do profissional de saúde da UPA.
O paciente e o médico foram ouvidos e liberados da delegacia após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência na Central de Flagrantes. O caso foi registrado como desacato.
O secretário George Antunes tentou justificar a demora no atendimento aos pacientes, que motivou a confusão.
"Existe uma classificação de risco nas unidades de urgência e emergência que classifica os pacientes como vermelho, amarelo, verde e azul. Ele era um paciente azul, então ele deveria esperar sim, como todos esperam. Igual a ele, possivelmente, deveria ter mais um monte de gente esperando, e ninguém fez esse tumulto nem agrediu ninguém", disse.
* G1-RN
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