quarta-feira, 3 de julho de 2013

No confronto da 'cantera' contra a carteira, Atlético-MG tenta superar o romantismo do Newell's

No confronto da 'cantera' contra a carteira, Atlético-MG tenta superar o romantismo do Newell's

Segunda-feira, aeroporto de Rosário. Desembarque do Atlético-MG marcado para as 19h40 e cerca de 30 torcedores aguardam confortavelmente, em clima de tranquilidade, pela passagem dos jogadores.
Conseguem tudo que querem. Fotos, autógrafos e até mesmo bater um papo rápido.

Um a um, os atletas cruzam o saguão e são novamente parados apenas pelos jornalistas. A mesma pergunta se repete a cada um deles.
- É como se fosse uma final?
Como não poderia deixar de ser, as respostas são políticas, mas não dá para negar. Donos das melhores campanhas na Libertadores, Atlético-MG e Newell's Old Boys fazem a partir desta quarta-feira, às 21h50 (de Brasília), no estádio Coloso del Parque, uma decisão antecipada. Do outro lado, Independiente de Santa Fé e Olimpia são deixados de lado nas análises.
É o confronto da cantera contra a carteira.
Num extremo do gramado, o Atlético-MG com um gasto com o futebol que saltou de R$ 40 milhões em 2008 para R$ 125,9 milhões na última temporada, totalizando um aumento de 215%, segundo dados compilados pelo consultor Amir Somoggi. Para esse ano, o clube manteve o apetite e já investiu cerca de R$ 13 milhões no retorno de Diego Tardelli.
É mais do que todo o custo do Newell's com a montagem de sua equipe. Em parte não só pela maior receita dos brasileiros, mas também pelo ‘romantismo' que cercou toda a formação de seu elenco.
A começar pelo técnico Tata Martino, que negou uma oferta mais vantajosa financeiramente da seleção colombiana para ajudar o clube contra o rebaixamento. No embalo do comandante, retornaram ao Parque Independência ainda longe de suas decadências técnicas Maxi Rodríguez, Heinze e Scocco, todos por salários considerados baixos até mesmo para os padrões argentinos.
A eles se somaram Diego Mateo e Lucas Bernardi - estava de saída do time por causa de ameaças dos barra-bravas e resolveu ficar.
"O Newell's é uma equipe que vive excelente momento e está tendo a sorte de poder repetir a mesma formação com jogadores importantes, que voltaram a atuar pelo clube por uma questão mais passional do que financeira", analisou Cuca nesta terça-feira, mostrando-se atualizado.
O quinteto forma a espinha dorsal dos leprosos, como são conhecidos. Mais do que isso, os cinco surgiram todos eles das categorias de base. Ao todo, dentre os titulares, são sete nomes formados em casa. Nem todos tão jovens, caso do goleiro Nahuel Guzmán, 27 anos, que teve de esperar por uma chance entre os reservas.
A aposta passa pela filosofia implantada por Tata Martino e uma comissão técnica com história no próprio clube. Ela terá continuidade com a escolha de seu substituto, Alfredo Berti, ex-jogador da equipe e que trabalhava na base.
O Atlético-MG, por outro lado, adotou uma política agressiva de busca por reforços nos últimos anos e tem entre seus titulares somente Marcos Rocha e Bernard como pratas-da-casa.
É o confronto de opostos. O ‘rico' e o ‘pobre'. O capitalismo e o romantismo. Dele pode sair o campeão da Libertadores a partir desta quarta-feira.
FICHA TÉCNICA
Local: Estádio Marcelo Bielsa, em Rosário (ARG)
Data: 03 de julho de 2013 (quarta-feira)
Horário: 21h50 (horário de Brasília)
Árbitro: Enrique Osses (Chile)
Assistentes: Carlos Astroza e Sergio Román (ambos do Chile)
NEWELL'S OLD BOYS: Guzmán; Cáceres, Vergini, Heinze e Casco; Pablo Pérez, Mateo, Bernardi e Figueroa; Scocco e Maxi Rodríguez
Técnico: Gerardo Martino
ATLÉTICO-MG: Victor; Marcos Rocha, Gilberto Silva, Rafael Marques e Richarlyson; Pierre, Josué, Diego Tardelli, Ronaldinho e Bernard; Jô
Técnico: Cuca

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