A cidade de Sorocaba (SP) vive dias tensos desde o último domingo (27) até a tarde desta quarta-feira (30), com o registro de 15 casos de suspeita de homicídio no período. A primeira morte foi a do policial militar Sandro Gomes, de 35 anos, na madrugada de domingo. Ele foi assassinado em uma emboscada, enquanto fazia patrulhamento pela avenida Itavuvu, na Zona Norte da cidade.
Os criminosos estavam em dois carros e efetuaram vários disparos contra a viatura onde estava Sandro. O outro policial que estava junto, Antonio Correa Junior, também foi atingido e encaminhado ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba. Com ferimentos leves, o policial recebeu alta na manhã de segunda-feira (28).
Cerca de 20 horas depois da morte do policial, na noite de domingo, um duplo assasinato foi registrado no Jardim Casa Branca, também na Zona Norte. Depois, na manhã de segunda-feira, um morador de rua foi encontrado morto sob o pontilhão da rua Humberto de Campos.
Já na manhã desta terça-feira (29), a polícia foi acionada para averiguar três corpos encontrados baleados em uma casa do bairro Vila Nova Sorocaba. De acordo com a Polícia Militar, vizinhos ouviram barulho de vários tiros às 23h da segunda-feira (28), porém as vítimas só foram encontradas pela manhã de terça-feira, quando, ao verem o portão da residência aberto, resolveram entrar. Os três corpos foram encontrados no fundo da casa com várias perfurações decorrentes de arma de fogo na cabeça.
A quinta ocorrência foi durante a noite desta terça-feira, na Vila Hortência, na Zona Leste da cidade. Um aposentado conversava com o vigilante de uma obra localizada na rua Assis Machado, quando uma moto parou e o garupa efetuou os disparos contra a dupla. O aposentado morreu na hora, já o vigilante foi socorrido para o hospital e passa bem. De acordo com a Polícia Militar, existe a suspeita de tentativa de assalto.
Outro caso, também na noite desta terça-feira, foi no bairro Itanguá, na Zona Oeste de Sorocaba, em horário quase que simultâneo com a ocorrência da Vila Hortência. O crime ocorreu na viela Santa Catarina. De acordo com a PM, os autores do crime estavam a pé quando se aproximaram de três homens e efetuaram os disparos. As vítimas foram encaminhadas ao hospital, porém uma delas, um menor de idade, não resistiu aos ferimentos e morreu. Os outros dois continuam internados e o estado de saúde não foi divulgado.
O último crime da noite desta terça-feira ocorreu no Paineiras, na Zona Norte. Cinco pessoas foram baleadas. As vítimas estavam em um bar quando uma moto parou em frente ao estabelecimento e, tanto o garupa quanto o condutor, dispararam contra o grupo. Dois morreram na hora, um a caminho do hospital e os outros três continuam internados. O estado de saúde dos mesmos também não foi divulgado.
Por fim, na manhã desta quarta-feira (30), três corpos foram encontrados carbonizados dentro de uma perua que estava em uma estrada de terra, no meio de um pasto, nas proximidades da Zona Industrial de Sorocaba.
Onda de homicídios
Nos três primeiros meses do ano, a cidade teve 31 vítimas de homicídio doloso, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública. Foram seis crimes em janeiro, oito em fevereiro e 17 em março. Em 2013, foram 61 vítimas de homicídios registradas durante todo o ano - índice que, no ritmo atual, pode ser atingido durante o primeiro semestre.
Com esses dados, a cidade caminha na contramão das estatísticas de São Paulo. Na semana passada, o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, comemorou a tendência de queda nos homicídios: foram 1.150 em todo o Estado, nos três primeiros meses do ano, contra 1.189 no mesmo período do ano passado.
Para o delegado seccional de Sorocaba, Marcelo Carriel, os crimes se tratam de execuções primárias, primeiro pela quantidade de disparos e, depois, pelos antecendentes das pessoas que são vítimas. "Na maioria deles, são casos de tráfico de entorpecentes e, em decorrência disso, acertos de conta. Ou divídas de drogas ou disputas de pontos de vendas", explica o delegado.
O delegado ainda acredita em uma teoria para explicar o aumento no número de homicídios na cidade. "Antigamente não eram tantas mortes, eram mais ameaças, mais intimidações. E hoje estão usando a morte como forma de rechaçar outro grupo que seja contrário daqueles que está dominando o ponto de drogas ou coisa parecida", finaliza.
Fonte: Cidade News Itaú via G1
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