MSN - Não se soube, ao certo, se as camisas amarelas em ampla maioria no Maracanã eram apenas colombianas. Era, mesmo, uma mistura, quase uma junção de forças. Brasileiros e colombianos. Unidos contra o Fantasma, no mesmo palco de 50. Nem mesmo a presença em espírito do punido Luis suárez, com camisa no vestiário e máscaras na arquibancada, foi suficiente. James Rodríguez, novato, fez o Uruguai sentir na pele seu próprio Maracanazo, 64 anos depois. 2 a 0, dois belos gols do camisa 10. A Colômbia, ao chegar às quartas de final diante do Brasil, faz história. É a sua melhor campanha em Copas.
Diante de um Uruguai que não tinha forças para ser campeão ou sequer manter a pegada de 2010. Forlán, o craque da Copa da África do Sul, foi apenas uma sombra da geração que parece ter chegado ao fim de seu ciclo. E que pelo caminho encontrou colombianos envolventes, de belo toque de bola. Uma ode ao futebol. Foi, de início, quase um ataque contra defesa.
Cuadrado e James Rodríguez faziam a bola girar de pé em pé no gramado do Maracanã, sem medo da força uruguaia. Sem sequer tomar sustos com o Fantasma de 50. A posse de bola colombiana atingia os 70%. Zuniga tentou um chute de longe, bem defendido por Muslera. O Uruguai se ressentia no estádio onde alcançou seu maior feito. O gol parecia questão de minutos. E foi. Na base do talento.
Aos 27 minutos, James Rodríguez recebeu a bola de costas para a grande área. Decidido a assumir o protagonismo que a história lhe dera, deu belo giro e, sem deixar a bola cair, mandou uma bomba para o gol. Muslera, verdade, até tocou nela. Mas ela também beijou trave, chão e rede. Gol da Colômbia. Gol não. Golaço de Rodríguez. 1 a 0.
Sem alternativas e para manter a sobrevida, o Uruguai foi à frente. Arévalo, Forlán, Cavani. As velhas caras de 2010. Mas cansadas. Mais pesadas com quatro anos nas costas. Ressentidas da falta da velocidade e agressividade de Suárez. O Uruguai, ainda no primeiro tempo, estava entregue. Parecia abatido com a suspensão de seu melhor jogador. O espírito aguerrido declarado fora dele não entrou em campo. E Cavani apenas assustou em uma cobrança de falta, próxima à área.
Na volta para o segundo tempo, ficou claro que o tempo desta briosa geração uruguaia. Com apenas quatro minutos, Armero passou voando pelo lado esquerdo e cruzou na ponta direita para Cuadrado. De cabeça, ele ajeitou no capricho para o centro da área. James Rodríguez deu o golpe derradeiro no Fantasma de 50 e tocou para o gol. 2 a 0 para os colombianos. Fazia-se, de novo, história no Maracanã.
Não havia, mesmo, mais o que esperar da Celeste. A Colômbia tocava a bola, mostrava a qualidade e paciência. O Uruguai, nervos à flor da pele, levantava bolas na área e, quando as chances apareciam, davam de cara com o goleiro Ospina. Foi assim em duas oportunidades com Rodríguez. Mas a esperança já havia se esvaído.
Na arquibancada, colombianos e brasileiros, então, se separaram. Provocaram-se, aos gritos, antecipando o duelo da próxima sexta-feira, pelas quartas de final da Copa do Mundo. E, juntos, presenciaram um momento histórico: 64 anos depois, o Fantasma de 50, enfim, adormeceu. A reedição do duelo com o Brasil não seria mais possível ao Uruguai. Que, agora, tem um Maracanazo para chamar de seu.
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