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terça-feira, 1 de julho de 2014

Gerente do Habib's joga óleo quente em casal após discussão em SP

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O gerente de uma unidade da rede Habib´s, em São Paulo, é alvo de uma queixa na Polícia Civil por ter jogado óleo quente de cozinha sobre um casal durante discussão no sábado (28). A agressão ocorreu após uma bolsa com celular ter sido perdida na unidade de Pinheiros, na Zona Oeste.
Os clientes Lígia Ferreira Tatto, de 18 anos, e Lucas Oliveira Lopes, de 20 anos, sofreram queimaduras e registraram boletim de ocorrência por crime de lesão corporal no 14º Distrito Policial.

Ao G1, o gerente Sérgio Mendes Teles, de 33 anos, admitiu a agressão e pediu desculpas ao casal. Teles diz que foi agredido pelo rapaz e tentou se defender. A leitora Alessandra Rocha filmou o atendimento aos feridos e enviou ao VC no G1 (veja vídeo acima).
O casal de estudantes universitários que sofreu a agressão relatou que foi à lanchonete, localizada na esquina da Avenida Henrique Schaumann com a Rua Teodoro Sampaio, após acompanhar na Vila Madalena a vitória do Brasil sobre o Chile pela Copa do Mundo.
Vídeo mostra atendimento 
O vídeo registrado pela leitora Alessandra Rocha mostra o atendimento ao casal após a agressão. Apesar de ser questionado durante a gravação, o gerente Sérgio se manteve em silêncio. A gravação ainda mostra policiais militares do lado de fora da lanchonete.
Ao G1, a responsável pela filmagem contou que viu o gerente sair acompanhando o casal com um garfo na mão. Depois disso, funcionários pediram que clientes se retirassem e fecharam as portas para evitar agressões contra o gerente, segundo Alessandra. “Nada justifica essa atitude do funcionário”, contou.

Casal diz que buscará indenização
Os estudantes agredidos confirmaram ao G1 a versão que deram à polícia. Contaram que estavam jantando no Habib´s quando pagaram a conta, saíram de lá e a estudante percebeu que estava sem a bolsa e o celular. Então voltaram e perguntaram aos funcionários sobre os objetos, e se poderiam ver a câmera de segurança para ter certeza se tinham entrado ou não com eles na lanchonete. Mas o gerente negou, segundo Lígia.

Ainda segundo o relato do casal, Lucas falou que iria procurar a polícia para conseguir acesso à gravação. Nesse momento, o relato é de que Sérgio jogou o óleo quente neles. “Eu comecei a gritar e chorar de dor. E nesse momento o Lucas acabou perdendo a cabeça”, disse Lígia. “Foi quando ele entrou na cozinha pela primeira vez. Então o gerente começou a agredir o Lucas e jogou óleo mais uma vez”.

O gerente então saiu correndo atrás do namorado dela com um garfo na mão, segundo o relato do casal e das testemunhas. Com medo, os estudantes saíram do Habib´s. Policiais militares foram acionados e levaram os clientes ao hospital.

A estudante foi atingida por óleo quente no braço direito e peito. “Foram queimaduras de primeiro e segundo graus”, afirma Lígia. “Espero ao menos uma indenização para cobrir os gastos, porque agora estou no médico e vou ter que ver quais os procedimentos necessários para que não fiquem marcas no meu corpo”, relata.

Lucas foi atingido pelo óleo no rosto e nos olhos. Apesar das queimaduras, ele não procurou um médico depois. “Quando eu vi a Lígia daquele jeito, entrei na cozinha e perdi a cabeça. Depois que nos separou, ele jogou óleo novamente, eu caí no chão, algumas pessoas me seguraram”, disse o universitário. “Foi quando ele veio com uma faca ou um garfo atrás de mim. Nós saímos correndo e fomos para fora”, disse.

Gerente admite e pede desculpas
O casal e o gerente foram parar na delegacia. Lá Sérgio assumiu ter jogado óleo quente no casal, mas para se defender porque temia ser agredido. Questionado pelo G1, ele também confirmou a versão dada no 14º DP.

“Quando eu joguei o óleo para ele sair, ele foi tirou o corpo assim e agarrou no braço da menina”, disse Sérgio, que gostaria de pedir desculpas ao casal.  “Para ela eu peço desculpas, para ele peço desculpas sim também por ter prejudicado ele, mas só que ele mereceu. Por que uma pessoa vai invadir um lugar para brigar?”, disse o gerente.

De acordo com ele, Lucas havia dito que perdeu um celular na lanchonete e cobrou que ele pagasse o valor do aparelho e também lhe levasse à central de monitoramento de câmeras. De acordo com Sérgio, as imagens estavam numa sala restrita, onde há dinheiro. “E se ele tivesse uma arma e fosse roubar?”, indagou.

Na confusão, o gerente falou que teve que pegar um garfo para correr atrás de Lucas senão ele iria apanhar do estudante. “Foi com um garfo porque ele me deu um chute e saiu correndo”, disse. “Peguei o garfo para ir atrás dele porque se ele viesse de novo me bater eu ia me defender de novo porque eu não vou tomar tapa não”.
Perguntado pelo G1 qual o precedimento no caso de uma tentativa de agressão por parte de um cliente, Sérgio respondeu: “Vou tentar me defender. Vou tomar tapa na cara? Eu não sou carneiro para apanhar. Eu sou é homem. Eu fico desagradado quando vejo um cliente insatisfeito, mas um cliente querer me bater ou bater em alguém que está trabalhando, isso não é justo.”

Como é vítima de lesão corporal, o casal tem seis meses para fazer a representação contra o gerente na polícia. Somente após esse procedimento é que poderá ser instaurado inquérito para apurar o caso e saber se Sérgio será indiciado pelo crime. Se condenado, a pena geralmente é convertida em prestação de serviços ou pagamento de cestas básicas.

Empresa diz que vai apurar
Questionado pela equipe de reportagem sobre a confusão, a assessoria de imprensa do Habib´s respondeu por meio de nota que apura o caso para tomar eventuais providências.
“Sobre o ocorrido, a Rede Habib´s informa que está apurando os fatos com os funcionários da loja franqueada e com os clientes envolvidos para tomar as providências cabíveis.

Independente da apuração, a rede está prestando toda assistência à cliente. O funcionário envolvido foi afastado e assim permanecerá até a conclusão da averiguação.
O Habib’s reforça seu compromisso com a segurança nas lojas da rede, item prioritário no treinamento de seus colaboradores, e repudia todo tipo de violência física ou moral realizada por qualquer pessoa, seja funcionário ou cliente, e por qualquer que seja o motivo.
O Habib’s informa que se trata de um caso isolado, sem precedentes em sua história, e que não condiz com o padrão de atendimento de suas lojas. Por isso, está empenhado em esclarecer essa questão com prioridade, sempre dando aos clientes todo o atendimento necessário”



Fonte: Cidade News Itaú via G1

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