No Flamengo, enquanto o futebol impera dentro das quatro linhas, fora delas é o malabarismo que tem sido a principal atividade. Para equilibrar uma equação em que as contas a pagar são sempre fixas mas as receitas nem tanto, o Rubro-negro tem recorrido a empréstimos. Esta semana, o Conselho de Administração do clube aprovou mais um, agora de R$ 3,5 milhões, contraído junto à Caixa Econômica Federal. Neste ano, já foram R$ 45,5 milhões.
O objetivo do empréstimo mais recente é evitar atrasos nas contas a pagar, principalmente a folha salarial. Só com o departamento de futebol, são cerca de R$ 9 milhões mensais. No meio do ano, os salários dos jogadores chegaram a atrasar. Atualmente, estão em dia, mas alguns direitos de imagem de atletas estão atrasados.
Com dificuldades para fazer dinheiro, os empréstimos têm sido frequentes no Flamengo. No início do ano, o maior deles, de R$ 27 milhões, pagos pelo Consórcio Maracanã. O clube ainda contraiu mais cerca de R$ 15 milhões com bancos.
Após rever o orçamento, em agosto, e se dar conta de que algumas das receitas projetadas no início do ano não se concretizaram (bilheteria, premiações, arrecadação com o programa de sócio-torcedor), o departamento financeiro viu que o cobertor era curto — e o rombo orçamentário de cerca de R$ 40 milhões.
Segundo o presidente Eduardo Bandeira de Mello, a situação não é tão ruim quanto parece. Isto porque, este ano, o clube recorreu a menos empréstimos do que o orçamento prevê (R$ 63 milhões). A questão é que ainda restam mais três meses para o fim do ano. Pagar as contas se revelou uma missão bem mais inglória do que a de manter o time longe da confusão.
* Extra
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