A grande expectativa pela previsão climatológica para a quadra chuvosa de 2017 pode ser explicada pelo fato de ter sido confirmado o 5º ano consecutivo de chuvas abaixo da média no Ceará, agravando os impactos negativos da seca prolongada em vários setores, em especial o de recursos hídricos, visto que o Estado conta hoje com somente 11,5% de água nos reservatórios monitorados pela Cogerh. Entretanto, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) adverte que ainda está cedo para emitir qualquer prognóstico.
De acordo com o monitoramento da Temperatura de Superfície do Mar (TSM) do Oceano Pacífico, há maiores chances de La Niña (resfriamento) neste segundo semestre de 2016 até o início de 2017 e uma maior chance da condição de neutralidade durante o trimestre Março-Abril-Maio do ano que vem, período que coincide com os meses de maiores médias de precipitação na quadra chuvosa.
Esta provável neutralidade nas temperaturas do Pacífico entre os meses de Março-Abril-Maio de 2017 merecem atenção. De acordo com o meteorologista David Ferran, desde 1950, condições de neutralidade no trimestre em questão ocorreram em 38 anos, dos quais, no Ceará, houve seca em 12, as chuvas ficaram na média em 13 e os outros 13 foram chuvosos.
“As estatísticas mostram que, se persistirem essas condições, a informação passada pelas temperaturas do Pacífico é muito indefinida e teremos que olhar com mais atenção para o Atlântico para elaborar os prognósticos oficiais e isso deverá ser feito no início de 2017, mais próximo da quadra chuvosa”, afirma Ferran.
* Robson Pires
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