quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Desabamento de prédio em construção mata ao menos 8 em SP; Prefeitura diz que obra estava irregular

Desabamento de prédio em construção mata ao menos 8 em SP; Prefeitura diz que obra estava irregularSÃO PAULO - Ao menos oito pessoas morreram após o desabamento de um prédio comercial de dois pavimentos em construção na Avenida Mateo Bei, altura do número 2.600, em São Mateus, na zona leste de São Paulo. O acidente ocorreu por volta das 8h30 no local que abrigaria uma loja da rede de roupas Magazine Torra Torra. A Prefeitura afirmou que a obra estava em situação irregular e foi autuada duas vezes.

Os oito mortos foram localizados e retirados dos escombros. 26 pessoas foram removidas com vida. As equipes do Corpo de Bombeiros pretendem sair do local e usar cães farejadores para achar mais vítimas.
Seis imóveis vizinhos - quatro residenciais, onde moravam 15 pessoas, e dois comerciais - foram interditados.
O bombeiros receberam o chamado às 8h35 e 23 viaturas prestam atendimento, além helicópteros Águia da Polícia Militar. A estimativa é de que cerca de 35 pessoas trabalhavam no empreendimento no momento do acidente. Os feridos, de leves a graves, vários com fraturas, estão sendo separados em uma triagem no local e encaminhados a hospitais da região. A maioria trabalhava na obra.
Segundo o major dos Bombeiros Anderson Lima de Oliveira, comandante da operação, uma das vítimas resgatadas manteve contato com os socorristas pelo celular, o que facilitou a sua localização. Trata-se de um homem de 24 anos, que estava sob duas lajes. Ele foi retirado com ferimentos nos membros inferiores, mas estava consciente. Ainda conforme o major, os socorridos informaram que a estrutura entrou em colapso repentinamente, sem que houvesse explosão.
De acordo com o capitão Marcos Palumbo, também do Corpo de Bombeiros, há 70 homens e dois cães farejadores na área. Segundo ele, além das vítimas soterradas, há outras que estavam próximas da obra e não ficaram sob os escombros. O capitão afirma que recebeu a informação de que a construção do prédio começou há cerca de três meses e abrangia uma área de cerca de 400 metros quadrados. A região é de grande movimento e diversas linhas de ônibus passam pelas ruas próximas, que foram isoladas.
Para facilitar o atendimento, foi montado um posto avançado no local. Segundo Palumbo, os trabalhos são delicados, pois é preciso cuidado com novos desabamentos. "Vai ser um trabalho demorado, de muita cautela", afirmou. "As equipes só vão sair do local quando todas as vítimas forem socorridas e o local estiver em segurança."
De acordo com a recepcionista Amanda Prevideli, de 21 anos, que trabalha em um escritório de contabilidade a uma quadra do acidente, não houve abalo no edifício de sua empresa.
Responsáveis. O Magazine Torra Torra negou ter responsabilidade sobre a obra e afirmou que só assumiria o imóvel após as reformas estruturais que seriam realizadas pelo proprietário.
Segundo a empresa, havia um contrato de locação e uma firma de engenharia contratada pelo magazine fazia uma avaliação sobre as condições de uso do prédio. "Caso esse laudo técnico fosse positivo, atestando a segurança estrutural, a rede então faria o acabamento para abrigar mais uma unidade", afirmou a Torra Torra por meio de nota.
O grupo tem 37 lojas, todas no Estado de São Paulo, e começou com uma unidade no Brás, região central da capital paulista, em 1992. O prédio que desabou seria a oitava loja na cidade.
O advogado dos proprietários do imóvel, Edilson Carlos dos Santos, disse em entrevista à GloboNews que as chaves do prédio já haviam sido entregues à Torra Torra. Ele afirmou que a rede de lojas fez escavações para a instalação de elevadores e escadas no edifício, sem comunicar os donos. Em nota, a Torra Torra negou.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que a Avenida Mateo Bei foi interditada nos dois sentidos por causa da ocorrência. Vinte e quatro linhas de ônibus foram desviadas, segundo a SPTrans.
Depoimentos. Quatro testemunhas do desabamento prestaram depoimento no 49.º DP, em São Mateus. A polícia apura se houve negligência na condução da obra.

* Reprodução Márcio Melo

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