terça-feira, 20 de agosto de 2013

Policiais federais fazem protesto em frente à superintendência em SP

Policiais Federais durante manifestação próximo a sede da superintendência da Polícia Federal

Cerca de cem policiais federais realizaram na manhã desta terça-feira (20) uma manifestação em frente à Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, no bairro da Lapa, zona oeste da capital.

Os policiais federais reclamam da degradação das condições de trabalho, além de perseguições internas e assédio moral. Eles também pedem uma reestruturação da PF.
Participaram do ato agentes, escrivães e papiloscopistas. Eles se concentraram próximo a sede do sindicato que rege a categoria e de lá seguiram em caminhada para a superintendência, onde os policiais fizeram um ato com um elefante branco inflável que, segundo eles, representa a lentidão dos inquéritos policiais.
"O inquérito policial só resolve 6% dos crimes. Essa manifestação vem para chamar atenção para a modernização da PF, que está 'doente' devido a prepotência dos gestores", disse o presidente do Sindipolf /SP (Sindicato dos Servidores Públicos Civis Federais do Departamento de Polícia Federal no Estado de São Paulo), Alexandre Santana Sally.
Os agentes também bloquearam, por volta do meio dia, uma das faixas da ponte do Piqueri, no sentido Lapa. Lá eles colocaram uma faixa cobrando a restruturação da Polícia Federal e num ato simbólico soltaram balões. O trânsito na marginal do Tiête chegou a ficar lento no sentido Ayrton Senna.
De acordo com o Sindipolf/SP, cerca de 70% dos policiais federais do Estado de São Paulo aderiram ao movimento. O serviço de emissão de passaporte não foi afetado.
A paralisação atrasou apenas trabalhos burocráticos internos e algumas investigações que não são urgentes. Os postos em portos e aeroportos também funcionaram normalmente.

PAÍS
Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal em todo o país começaram ontem um movimento por aumento salarial e melhores condições de trabalho.
Os policiais não aceitaram a proposta do governo de reajuste de 15,8% escalonado até 2015, acertado com outras categorias no ano passado. Também não gostaram da proposta de lei para especificar atribuições, como cargos de chefia hoje exclusivo de delegados.
Pesquisa feita pela Fanapef, que organiza a paralisação, aponta que apenas 13,5% dos policiais entrevistados estão satisfeitos com o trabalho.
Para Jones Leal, presidente da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), os policiais federais representam uma das categorias que tiveram, proporcionalmente, menor reajuste salarial nos últimos anos. O salário inicial de um agente ou escrivão é de R$ 7.514. Para o presidente da Federação, o ideal seria que a remuneração da categoria, que conta com cerca de 12 mil profissionais, variasse entre R$ 11 mil a R$ 16 mil.
"Mas essa não é uma questão financeira para o governo, é política", afirma Leal, explicando que o governo teme ceder para a PF e ter que reabrir negociação salarial com outras categorias.

* Reprodução Márcio Melo

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