Do Jornal de Hoje - A greve dos professores da educação do Estado, iniciada no último dia 28, tem mais um confronto entre a Secretaria Estadual de Educação (Seec) e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sinte-RN). Por enquanto, segundo a secretária de Educação, Betania Ramalho, não há ainda a intenção de pedir a ilegalidade do movimento.
De acordo com a titular da educação estadual, a greve está sendo motivada por pretextos políticos e grande parte dos educadores do estado não é a favor do movimento. “Para mim esta greve vai morrer por inanição. A grande maioria dos professores não entende os motivos da paralisação. Concedemos o reajuste de 8,32%, dentro do Piso Nacional, e se formos contar o acumulado desde que assumimos a gestão, representa um aumento salarial de 91,5%. Para se ter uma ideia, no início de 2011, o salário médio de um professor em início de carreira era de R$ 930 e hoje é de R$ 1.780 e como o magistério estadual está envelhecido, a grande maioria dos professores está do meio para o fim de carreira e um professor com 20horas/aula ganha em média R$ 3 mil. Concedemos direitos represados, promoções verticais desde 2006, quinquênios e liberação de quase 3 mil licenças especiais. Na última reunião que tivemos com o Sinte, eles mesmo declararam que o problema não era com a Secretaria de Educação, era com o Governo do Estado. O problema é pretexto político”.
Betânia Ramalho também ressaltou que não há a intenção do decreto de ilegalidade da greve como aconteceu no ano passado. ‘Não estamos preocupados com o decreto da ilegalidade do movimento, mas sim, com os prejuízos aos alunos. Só vamos ter tranquilidade para trabalhar o ano letivo quando não só o sindicato da educação daqui, como de todos os outros estados do país, entenderem que não se pode querer parar uma rede de educação básica desta forma. 85% da educação pública está nas mãos do Estado e do Município e não se pode ferir um direito constitucional e privar crianças e adolescentes de ter educação. É um prejuízo incalculável e principalmente para as classes mais pobres, que só tem a educação como chance de futuro. É preciso rever as leis que regem os movimentos sindicalistas da educação”, enfatizou.
Ainda de acordo com a secretária é inverídico o quantitativo do Sinte/RN que aponta uma média de 85% das escolas do Estado sem aulas. “A grande maioria não está parada. As escolas que têm mais sindicalistas é que acabaram aderindo. Dentro de um universo de 670 escolas, na faixa de umas 20 pararam. Ainda não temos um balanço definitivo, mas, por exemplo, a maior Dired, que é a de Mossoró, na última reunião entre 70 diretores de escola só três a quatro diretores disseram que estavam em greve, e mesmo assim, providenciamos professores substitutos. O Sinte faz declarações graves, mas não comprova”.
O procurador geral do Estado, Miguel Josino, também confirmou que não há intenção de pedir à Justiça a ilegalidade da greve e disse que corte de ponto dos grevistas está confirmado.
De acordo com o Sinte/RN, a greve foi deflagrada porque o Estado não teria cumprido um acordo com a categoria que vinha sedo negociando desde setembro do ano passado. O acordo firmado previa o atendimento de pautas como revisão do Plano de Carreira do Magistério, redimensionamento do porte das escolas e gratificação dos diretores, complementação na base salarial dos funcionários da educação e convocação de concursados. Segundo o sindicato, entre os itens que foram acordados e não foram cumpridos estão a revisão do Plano de Carreira do Magistério; pagamento de três Letras para os professores; redimensionamento do porte das escolas e gratificação dos professores.
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