terça-feira, 2 de setembro de 2014

Brasil é arrasado por Espanha no 1° quarto e perde 100% no Mundial

Poucos no mundo acreditam que alguma equipe que não seja a Espanha possa bater os Estados Unidos no Mundial de basquete. E o Brasil percebeu isso nesta segunda-feira. Mesmo jogando bem a partir do 2° quarto, a seleção brasileira perdeu o 100% na competição: derrota para os donos da casa por 82 a 63. O principal fator foi o espetacular começo da Espanha na partida: venceu o 1° quarto por 30 a 14 e não mais saiu da frente do placar.

O resultado, porém, passa longe de ser desesperador para o Brasil. A vaga continua encaminhada, bastando mais uma vitória - o time aparece em segundo no Grupo A. O jogo vale mais para análise do que pode fazer falta e deve ser mudado para a fase de mata-mata da competição. O ponto forte do Brasil foi a velocidade dos alas: quando bem usada, serviu para abrir espaço no garrafão, que levou a pontos fáceis. Se nas próximas etapas o Brasil encontrar novamente a Espanha, saberá que precisa melhorar a marcação no perímetro e o jogo entre os pivôs - até por que o resto do jogo ficou praticamente empatado: se a Espanha venceu o 1° por 16, venceu o resto por apenas 3 pontos.
Fases do jogo: O primeiro quarto da Espanha foi espetacular: praticamente sem erros. Quando o Brasil tentava fechar o garrafão, o perímetro ficava aberto para chutes de três de Juan Carlos Navarro (conhecido como"La Bomba" por suas bolas de três) e Rudy Fernandez, ex-NBA. Depois, com a marcação melhor fora, foi a vez de Pau e Marc Gasol tabelarem bem dentro do garrafão. A vantagem de 16 pontos matou a reação do Brasil.
Assim, o resto do jogo mais serviu para testes de rotação de Magnano do que para tentar a virada. Só no segundo quarto o Brasil chegou a ficar menos de 10 pontos atrás. Quando chegou a 20, foi a vez dos dois técnicos pouparem jogadores. As bolas de três da Espanha, porém, não deixaram de cair, mostrando a profundidade do banco da seleção europeia. Ao Brasil, restou aceitar que é melhor esperar a partida decisiva contra a Sérvia do que forçar um jogo já perdido.
O melhor: Pau Gasol - No primeiro quarto, o pivô espanhol anotou 12 pontos, abusando do ótimo posicionamento em rebotes e nos cortes para a cesta, principalmente após os corta-luzes feitos com os armadores. Foi comum vê-lo, assim como seu irmão Marc Gasol, completamente livre no meio do garrafão. Para piorar, ele também mostrou seu arsenal de bolas de fora do garrafão: em quatro minutos no 2° tempo, colocou três bolas de três em seguida (11 pontos no quarto). O Brasil demorou a se adaptar ao jogo de Gasol e isso foi fundamental para a derrota. O pivô terminou o jogo com 24 pontos e nove rebotes.
"A qualidade do Gasol foi abrir o jogo. Realmente ele jogou muito bem, e quando acontece isso a gente tira o chapéu para ele e continua na competição. Damos os parabéns para eles e continuamos", comentou Tiago Splitter sobre o rival.
O pior: Lances-livres
53%

nos lances-livres

Mais uma vez a seleção de Rubén Magnano foi péssimas nos tiros da linha do lance-livre. Acertou apenas 8 em 15 chutes, com 53% de aproveitamento
Toque dos técnicos: Se o Brasil tem três pivôs na NBA, a Espanha também tem. Só que os espanhóis possuem três considerados dos melhores da última década, e isso fez a diferença. A rotação do técnico Juan Orenga no garrafão espanhol foi mais bem feita do que a brasileira, já que tanto Pau quanto Marc Gasol como Serge Ibaka levaram vantagem sobre Splitter, Nenê e Varejão. Apenas Varejão conseguiu segurar Pau Gasol na defesa, limitando o rival a 2 pontos no 2° quarto.
Chave do jogo: O fator casa se mostrou fundamental. O ginásio em Granada, lotado, jogou junto com o time espanhol e, aparentemente, atrapalhou a arbitragem, muitas vezes confusa e que, no 3° quarto, chegou a inverter um fundo bola que era do Brasil após tempo técnico. Não que o Brasil possa justificar a derrota falando do apito, mas o trio esteve confuso. Claro, o primeiro quarto com o começo fantástico da Espanha também tirou qualquer dúvida de qual equipe merecia a vitória.
10

bolas de três

Uma das armas da Espanha foi o chute de três pontos: dez foram convertidos
Para lembrar: O Brasil, mesmo com a derrota, tem boas chances de terminar em segundo no Grupo A. Basta vencer Egito e Sérvia nas duas últimas rodadas - isso só mudaria se a França conseguir surpreender a Espanha no duelo entre as seleções europeias.
Esse foi o oitavo jogo em Mundiais com Brasil e Espanha frente a frente. Foi a sétima vitória espanhola.
Fonte: Márcio Melo via Uol

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